Minhas Finanças

4 passos para ganhar renda extra vendendo cursos

Que tal usar um hobby, um talento ou conhecimento específico para ganhar uma renda extra e sair do sufoco?

Gerando renda extra: vale a pena investir para vender conteúdo exclusivo e de qualidade (SIphotography/Thinkstock)

Gerando renda extra: vale a pena investir para vender conteúdo exclusivo e de qualidade (SIphotography/Thinkstock)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 12 de setembro de 2016 às 05h00.

Última atualização em 31 de outubro de 2016 às 17h50.

São Paulo - Mais uma vez as contas não fecharam no fim do mês. Você já seguiu todas as cartilhas sobre como cortar gastos e organizar suas finanças, mas nada disso adiantou. Que tal usar um hobby, um talento ou conhecimento específico para ganhar uma renda extra e sair do sufoco?

Criar um curso para ensinar outras pessoas o que para você é algo natural pode ser uma solução para reforçar o orçamento sem prejudicar sua rotina profissional. “Em alguns casos, a iniciativa dá tão certo que a atividade secundária acaba se tornando a ocupação principal”, afirma o coach Roberto Navarro, do Instituto Coaching Financeiro.

Você ama fotografia e aprendeu a tirar fotos profissionais por hobby, morou um tempo no exterior e ficou fluente em um idioma estrangeiro ou simplesmente aquelas aulas de violão na infância acabaram te transformando em um expert no instrumento. Tudo aquilo em que você se destaca pode virar uma fonte de renda.

Foi o que aconteceu com Patrícia Cândido. Formada em administração e filosofia, ela trabalhava como gerente de Recursos Humanos quando decidiu criar, em 2002, cursos sobre espiritualidade junto com os sócios Paulo Henrique Pereira, seu marido, e o amigo do casal Bruno Gimenes.

“A gente sempre quis criar cursos que conseguissem transformar a vida das pessoas através da espiritualidade. Passamos por essa transformação e vimos o quão importante era estimular isso”, diz. “Foram dez anos organizando cursos presenciais e depois montamos uma estrutura online que alavancou o alcance do nosso conteúdo. Hoje, a Luz da Serra tem mais de 30 colaboradores, nosso canal no YouTube tem mais de 200 mil assinantes e mais de 180 mil pessoas já assistiram nossos cursos”, completa.

Segundo Patrícia, o segredo do sucesso, independente se você quer apenas oferecer um curso para ganhar uma renda extra ou tornar isso sua principal ocupação, é dedicação. EXAME.com conversou com especialistas e listou quatro passos para quem quer reforçar o orçamento vendendo cursos. Confira:

1. Conheça bem o que você pretende vender

Não saia atirando para todos os lados: se fizer isso, a chance de você errar aumenta e, assim, você acaba gerando uma nova despesa em vez de criar uma renda extra, orienta a coach Técia Caetano, da SBCoaching.

Você pode ser bom em uma série de coisas, mas não deve tentar ensinar sobre todas elas. Gaste um tempo para identificar apenas uma atividade, aquela que você entende melhor, que tem mais segurança para passar a outras pessoas.
“Tem que ter conhecimento e milhares de horas de experiência, porque senão o cliente vai perceber que aquilo que você está tentando vender não vale a pena. As pessoas estão bastante espertas hoje em dia, especialmente para fazer compras na internet, caso você opte por vender conteúdo online”, afirma Patrícia Cândido, da Luz da Serra.

2. Quem compraria seu curso?

Definido o que você quer ensinar, é hora de refinar o produto para identificar o público. “Você pode ter escolhido produzir conteúdo sobre gastronomia, por exemplo, que interessaria muita gente. Mas sua especialidade é fazer comida gourmet. Nesse caso, o público-alvo seria bem diferente”, diz Técia, da SBCoaching.

Navarro, do Instituto Coaching Financeiro, lembra que existem duas possibilidades na hora de definir seu público-alvo. “A primeira é quando a pessoa já possui seguidores na vida real ou nas redes sociais para o hobby ou atividade que quer transformar em um conteúdo pago, como um personal trainer, por exemplo. O público já está ali, só é preciso criar o produto que as pessoas pagarão por ele.”

Já a segunda possibilidade é quando a pessoa começa do zero, ou seja, ninguém ainda sabe sobre o conhecimento que ela tem e quer vender. “A busca pelo público-alvo, nessa situação, vai depender do conteúdo que será oferecido. Na maioria dos casos, a internet e as redes sociais são a melhor ferramenta para encontrar potenciais interessados em pagar pelo material que você irá produzir”, afirma Navarro.

Segundo ele, as redes sociais oferecem um serviço pago de divulgação que pode valer a pena. “Não costuma ser barato, mas você pode começar aos poucos. Estabeleça uma meta. Por exemplo, para cada 100 reais gastos com divulgação nas redes sociais, você terá de vender um curso de 500 reais. Se quiser vender 3 cursos por dia, terá que investir 300 reais. Conforme a meta vai sendo atingida, é possível ampliá-la aos poucos”, explica.

Ter noções de marketing pode ajudar na aceitação do público-alvo. “Para o marketing funcionar, você tem que criar uma expectativa no consumidor. Na verdade, as pessoas não querem comprar um curso, querem comprar um sucesso, uma transformação”, afirma o coach. É nessa hora que entram as histórias de quem já testou o produto e aprovou. “Veja como emagreci 30 quilos, por exemplo, é algo que chama atenção, desperta interesse.”

3. A escolha da plataforma

Com o produto definido e o público encontrado, o terceiro passo é um dos mais importantes: qual será a plataforma pela qual você vai distribuir esse conteúdo. Se optar por oferecer um curso presencial, por exemplo, será preciso levar em conta que o público, nesse caso, será restrito às pessoas que poderão comparecer ao local no dia e hora marcados e, além disso, é preciso considerar que você precisará de uma estrutura física para isso, o que pode sair caro.

Por isso, a maior parte das pessoas optam por oferecer conteúdo online, seja por vídeo-aulas, apresentação de slides, apostilas digitais ou podcasts, por exemplo. É nessa hora que deve ser levada em conta a monetização do produto, ou seja, como você receberá pelo conteúdo disponibilizado.

Existem muitas empresas especializadas no mercado que auxiliam na escolha da plataforma, produção do material e comercialização do conteúdo produzido. Mesmo que elas cobrem um percentual pelo serviço, você ganha bastante eficiência para levar até as pessoas algo de qualidade.

“Quando você faz tudo por conta própria, inevitavelmente vai cometer erros que podem ou não custar o sucesso do seu negócio. Já quando você contrata uma empresa especializada, a chance de aquilo dar certo é quase 100%”, diz Navarro, do Instituto Coaching Financeiro.

Segundo ele, vale a pena negociar com essas empresas. “Eles vão olhar o tamanho do lançamento. Já vi empresas cobrando 5 mil reais de taxa mensal e mais 35% do resultado, já vi cobrarem 15 mil reais mensais e 25% do faturamento e já vi empresa cobrando meio a meio. Tem de tudo no mercado.”

De acordo com Fernando Alves, sócio-diretor da Neuari, empresa de lançamentos e info-produtos, a principal vantagem de pagar pelo serviço é que você tem que se preocupar apenas com a qualidade do conteúdo que vai oferecer, deixando os detalhes do negócio em si com a empresa contratada.

“Nós ajudamos o produtor de conteúdo a chegar em seu público. Definimos uma estratégia de operação, criamos a identidade visual, fazemos o marketing e editamos os vídeos”, diz. Sobre a comercialização do curso, existem alguns sites na internet que fazem esse tipo de serviço, mas um dos mais utilizados é o Hotmart.

4. Quanto cobrar pelo conteúdo?

O último passo para gerar renda extra vendendo cursos é definir quanto você cobrará pelo produto oferecido. É nessa hora que o diferencial do conteúdo vai falar mais alto. Primeiro, faça uma busca na internet para encontrar seus concorrentes, pessoas que ofereçam o mesmo que você ou algo semelhante. Em seguida, veja o quanto elas cobram pelo conteúdo e, se possível, compare a qualidade do material com o que você tem para oferecer.

“Isso serve para você ter uma noção de quanto o mercado está pagando por aquilo, para ter um preço de partida. Não significa que você não poderá cobrar mais. Se você oferecer algum diferencial, as pessoas com certeza não se importarão em pagar um pouco mais caro para ter acesso a algo melhor”, afirma Técia, da SBCoaching. “Na gastronomia, por exemplo, você pode encontrar um petit gateau por 15 reais em um lugar e por 30 reais em outro restaurante, mesmo sendo o mesmo prato”, completa.

É importante ressaltar que quanto mais barato for o curso, mais você deverá pensar em quantidade de produtos vendidos. Principalmente porque terá de arcar com os custos de produção, divulgação e comercialização do negócio. Por outro lado, ao colocar um valor muito alto para seu conteúdo, você pode acabar encontrando dificuldades para capturar clientes.

“Uma estratégia interessante para capturar clientes, especialmente se o conteúdo produzido for online, é distribuir gratuitamente uma prévia do material em redes sociais ou YouTube, por exemplo, ou colocar nesses canais histórias de sucesso de quem já testou o material e teve uma ótima experiência com ele. Isso faz com que as pessoas queiram pagar pelo seu curso”, diz Alves, da Neuari.

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