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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
O ano de 2006 foi o melhor desta década para a maioria dos bancos latino-americanos, de acordo com um relatório da agência internacional de classificação de risco Standard & Poor';s (S&P). A forte expansão do crédito ao consumidor contribuiu para a manutenção de sólidos fundamentos em suas contas, segundo a agência. A S&P prevê um 2007 bastante favorável para os bancos da região.
O crescimento das operações de crédito, com foco em empréstimos pessoais e em pequenas e médias empresas, junto com ganhos de eficiência e escala, permitiu aos bancos brasileiros de varejo bons resultados no ano passado. A S&P afirma que as instituições do país registraram elevada lucratividade, o que lhes permiteu manter um confortável nível de reservas para uma eventual alta da inadimplência.
Os nichos de crédito em que os bancos brasileiros mais cresceram - empréstimos pessoais e para pequenas e médias empresas - são os mais lucrativos da indústria financeira, segundo a S&P, mas também os mais arriscados. Por isso, para manter o mesmo desempenho em 2007, o relatório afirma que os bancos deverão aumentar os cuidados na concessão de novos créditos. Outros dois desafios serão elevar a escala da carteira e diversificar as fontes de recursos para fundear as operações.
Outros países
O relatório também analisou a situação dos bancos em três outros países: México, Chile e Argentina. No primeiro, os destaques foram o aumento do retorno sobre os ativos e da margem de lucro. A S&P espera, porém, uma ligeira alta da taxa de inadimplência da carteira, à medida em que os bancos mexicanos começarem a se voltar para a população de menor renda. Apesar disso, a taxa deverá permanecer abaixo de 3% em 2007.
No Chile, o destaque foi para a expansão de 14,6% do volume de crédito - mais que o dobro do crescimento do PIB no mesmo período. Segundo a S&P, foi o melhor desempenho do país nesta década, e o terceiro ano consecutivo em que a carteira de crédito avançou acima de 10%. O ritmo foi sustentado por uma série de fatores. Os principais foram a inédita taxa de 22% de expansão no segmento de varejo, e a forte demanda de crédito pelas empresas, que elevou o volume de operações em 13,2%.
A continuidade do bom cenário para a economia argentina acarretou um salto de 40% no volume de crédito, na comparação com 2005. A participação do crédito no PIB subiu para 11,1% - ainda distante dos 20% em que estava na década passada. Segundo a S&P, outro aspecto positivo do aumento da carteira é a diluição da taxa de inadimplência, que encerrou 2006 em 4,5%. A inflação sob controle também permitiu que os bancos argentinos melhorassem seus indicadores de desempenho. O retorno sobre ativos, por exemplo, subiu de 0,9%, em 2005, para 2%.