10 corretoras apontam as melhores ações para maio

A volta dos estrangeiros à Bovespa revigorou as negociações no mercado acionário. A redução na percepção de risco levou os investidores de outros países a aplicarem cerca de 4 bilhões de reais em ações de empresas brasileiras em abril, impulsionando a bolsa. Não demorou muito para o Ibovespa retomar a casa dos 50.000 pontos e os analistas começarem a diversificar suas recomendações. Para maio, foram indicados 14 novos papéis, que incluem não só ações de primeira linha, mas também small caps (ações de empresas de baixo valor de mercado). "Esses papéis têm maiores chances de registrar altas expressivas. Dificilmente ações como as de Vale e Petrobras conseguirão atingir 50% de alta", explica Kelly Trentin, analista-chefe da corretora SLW.

Dentre as apostas da SLW em small caps estão UOL, Fertilizantes Heringer e Paranapanema. Mas as avaliações dos analistas sobre os melhores papéis do segmento variam bastante. A Alpes projeta 54% de potencial de alta para a Aços Villares, enquanto a Ativa vê melhores retornos em Iguatemi e Guarani. Para a Spinelli, os papéis de Confab, Ferbasa e Duratex foram exageradamente penalizados, devendo se recuperar em breve.

O setor imobiliário, que com a crise foi banido das carteiras sugeridas, aos poucos volta a chamar a atenção do mercado. A queda dos juros e o pacote de estímulo anunciado recentemente pelo governo devem aquecer o setor, incentivando além das ações de construtoras, as da Gerdau, que fabrica aços utilizados na construção civil. A SLW incluiu em sua carteira os papéis da Rossi devido à "sua exposição nos segmentos de baixa e média rendas, que correspondem a mais de 70% de seu banco de terrenos, o que a permitirá recuperar margens, que são menores que as de suas concorrentes". Já Spinelli prefere as ações da Cyrela, enquanto os papéis da Gerdau agradam um número maior de corretoras: quatro no total.

A siderúrgica, porém, não é a única do setor com boas perspectivas. As ações da Usiminas também fazem parte das carteiras de quatro corretoras. Além de serem beneficiadas pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos, fogões e geladeiras, as empresas do setor devem reagir à expectativa de retomada da indústria brasileira e à melhora da economia chinesa. Com a redução dos estoques de minério de ferro e de commodities metálicas na China, as negociações das siderúrgicas do país com as grandes mineradoras globais, como a Vale, foram restabelecidas - uma boa notícia para o setor, que foi duramente impactado pela crise.

E, como ainda não se pode dizer que a crise passou, os analistas mantêm em suas carteiras ações conservadoras, embora em menor quantidade. Empresas de energia, saneamento básico e telefonia agradam pela baixa exposição ao mercado externo, grande previsibilidade de fluxo de caixa e bom pagamento de dividendos.

As carteiras sugeridas pelas corretoras