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Wall Street quer novo líder brasileiro com habilidades políticas

Por Walter Brandimarte NOVA YORK, 17 de setembro (Reuters) - Os investidores de Wall Street disseram na quinta-feira que esperam que o próximo líder brasileiro torne mais austera a política fiscal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tenha a mesma habilidade de manter um governo de coalizão. A candidata petista à Presidência da […]

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Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2010 às 04h35.

Por Walter Brandimarte

NOVA YORK, 17 de setembro (Reuters) - Os investidores de
Wall Street disseram na quinta-feira que esperam que o próximo
líder brasileiro torne mais austera a política fiscal do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tenha a mesma habilidade
de manter um governo de coalizão.

A candidata petista à Presidência da República, Dilma
Rousseff, lidera com ampla vantagem as pesquisas de intenção de
voto, com José Serra, do PSDB, em um distante segundo lugar.

Mas Dilma nunca foi eleita para um cargo público e alguns
analistas dizem que ela pode não ter a sabedoria política para
negociar alianças com outros partidos ou mesmo lidar com
integrantes mais radicais do PT.

"Como ela irá lidar com o Congresso? Claro, Lula terá um
grande papel gigantesco nisso", afirmou o estrategista-chefe
para América Latina da Macquarie Capital, John Welch, durante
um painel organizado pelo Conselho das Américas em Nova York.

Welch, assim como muitos outros analistas, acredita que
Lula continuará tendo uma participação importante nos
bastidores para a construção de alianças políticas se Dilma for
eleita.

Na frente econômica, Wall Street espera que o próximo
governo anuncie rapidamente medidas para cortar os gastos
governamentais, o que tem estimulado o crescimento econômico
para níveis que, para alguns analistas, são insustentáveis.

"Quanto maior o sinal em termos de aperto fiscal e
prudência fiscal, mais vamos ter confiança na contituidade das
políticas", afirmou a chefe da equipe de América Latina da
Fitch, Shelly Shetty, no mesmo painel.

A prudência fiscal será importante na decisão da agência de
classificação de risco sobre a elevação da nota do Brasil,
disse Shetty.

A Fitch revisou a perspectiva da nota de "estável" para
"positiva" no fim de junho e manteve a avaliação da dívida
soberana do país em "BBB-", citando a resistência da economia
brasileira na crise econômica global.

Dilma tem negado publicamente a necessidade de um ajuste
fiscal no país, mas analistas acreditam que, deixando o
discurso político de lado, ela entende que uma posição fiscal
sólida é chave para o sucesso do governo.

A lista de desejos de Wall Street para o próximo presidente
também inclui uma série de reformas macro e microeconômicas e
algumas leis que têm pouca chance de serem aprovadas, como
autonomia formal ao Banco Central.

No curto prazo, no entanto, investidores ficarão
satisfeitos em ver a nomeação de um gabinete que indique a
continuidade das políticas e uma rápida execução do plano de
capitalização da Petrobras .

No início do mês, a estatal divulgou os detalhes de sua
megaoferta de ações que poderá atingir um valor estimado de
128,3 bilhões de reais, a maior oferta de ações da história dos
mercados de capital, mas ainda há preocupações com o apetite
dos investidores pela operação, assim como a diluição dos
acionistas minoritários.

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