Brasília - Os mercados globais operaram nesta quinta-feira sob as influências opostas de indicadores que reforçaram preocupações com o ritmo do crescimento da economia mundial e de progressos obtidos no plano de resgate europeu.

Após uma manhã de fortes baixas em Wall Street, e com o mercado europeu tendo fechado também no vermelho, investidores se mostraram menos pessimistas e as perdas foram reduzidas em sessão de ajustes após três dias seguidos de alta, com Nasdaq fechando em alta.

No Brasil, a Bovespa também terminou o dia positiva, com ganhos de 1,42 por cento, após operar boa parte do dia em território negativo. A elevação foi vista como um ajuste após o feriado doméstico de quarta-feira, quando as bolsas externas tiveram valorização.

A China reportou durante a madrugada a segunda queda consecutiva do seu superávit comercial, em setembro. O dado foi interpretado como um sinal de fraqueza da economia global e de esfriamento na expansão chinesa, com aumentos decepcionantes das exportações e das importações.[ID:nN1E79C020] Uma queda dos ganhos do JPMorgan , o segundo maior banco dos Estados Unidos, reforçou apreensões com o estado da economia. O lucro do banco caiu 4 por cento no terceiro trimestre, quando a crise europeia contribuiu para afastar os clientes de bancos de investimentos.[ID:nN1E79C04V] Ainda no fronte externo, o Parlamento da Eslováquia aprovou nesta quinta-feira o plano para impulsionar o fundo de resgate europeu (EFSF, na sigla em inglês). O país era o último da União Europeia que ainda precisava aprovar a expansão, que abre espaço para uma ação mais contudente para deter a crise de dívida na Europa que tem ameaçao a estabilidade financeira global.

O voto veio dez dias antes de uma cúpula da União Europeia convocada para aprovar uma "ação abrangente" de combate à crise.

Na quarta-feira, autoridades da zona do euro afirmaram que a perda que os investidores privados que possuem dívida da Grécia terão no segundo pacote de resgate da Grécia deve ficar entre 30 e 50 por cento, e não em 21 por cento como o combinado anteriormente.

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No Brasil, também houve sinais de que a economia está perdendo fôlego. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) mostrou que a economia brasileira sofreu retração de 0,53 por cento em agosto contra julho, de acordo com dados dessazonalizados. No ano, o indicador acumula alta de 3,43 por cento.[ID:nN1E79C0VP] O dado reforçou percepção de que o BC promoverá um novo corte da taxa básica de juros, hoje em 12 por cento, em sua reunião na próxima semana.

O dólar fechou a quinta-feira com a sétima queda consecutiva frente ao real, em dia em que o BC se manteve fora do mercado. Dado divulgado pela autoridade monetária mostrou que o país voltou a atrair mais dólares na semana passada, quando o fluxo cambial foi positivo em 3,458 bilhões de dólares. [ID:nN1E79C0VL] Veja como fecharam os principais mercados nesta quinta-feira: CÂMBIO O dólar fechou cotado a 1,7505 real, em queda de 0,51 por cento frente ao fechamento anterior.

BOVESPA <.BVSP> O Ibovespa subiu 1,42 por cento, para 54.601 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 14,68 bilhões de reais. ADRs BRASILEIROS <.BR20> O índice dos principais ADRs brasileiros caiu 0,59 por cento, a 29.218 pontos.

JUROS <0#2DIJ:> No call das 16h, o DI janeiro de 2012 apontava 11,185 por cento ao ano, ante 11,191 por cento no ajuste anterior.

EURO A moeda comum europeia era cotada a 1,3777, ante 1,3786 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.

GLOBAL 40 O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, subia a 131,938 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 2,249 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS <11EMJ> O risco Brasil subia 5 pontos, para 227 pontos-básicos. O EMBI+ ganhava 5 pontos, a 368 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA O índice Dow Jones <.DJI> cedeu 0,35 por cento, a 11.478 pontos; o S&P 500 <.SPX> perdeu 0,30 por cento, a 1.203 pontos, e o Nasdaq <.IXIC> teve valorização de 0,60 por cento, a 2.620 pontos.

PETRÓLEO Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo caiu 1,34 dólar, ou 1,57 por cento, a 84,23 dólares por barril.

TREASURIES DE 10 ANOS O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 2,1816 por cento ante 2,212 por cento no fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código ) (Reportagem de Isabel Versiani; Edição de Patrícia Duarte)