Mercados

Sucessão na Vale e Portugal devem agitar os mercados nesta semana

Ata da última reunião do Fomc nos EUA e decisões de política monetária na Europa e no Japão também centram as atenções

Agnelli sai, mas quem comandará a Vale? Mercado aguarda por definições nesta semana (Germano Lüders/EXAME.com)

Agnelli sai, mas quem comandará a Vale? Mercado aguarda por definições nesta semana (Germano Lüders/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2012 às 12h19.

São Paulo – A primeira semana do mês, compreendida entre os dias 4 e 8 de abril, contará com a divulgação de importantes indicadores, tanto no Brasil como no exterior. Na cena internacional, o destaque fica para a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) e para as decisões de política monetária na Zona do Euro, Inglaterra e Japão.

A possibilidade de Portugal seguir os passos de Grécia e Irlanda e pedir ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI) é iminente e também deve impactar os mercados no decorrer dos próximos dias.

No Brasil, os investidores lidam ainda com as preocupações relacionadas ao futuro sucessor de Roger Agnelli no comando da mineradora Vale. Sua saída deve ocorrer em breve por conta da pressão exercida pelo governo federal. Ainda no cenário interno, os investidores acompanham a divulgação de índices de inflação, referentes a março.

Portugal, Líbia e Japão continuam no radar dos mercados

Fatores de instabilidade ainda prevalecem no front externo. A situação de Portugal segue indefinida, principalmente após os contínuos rebaixamentos do rating de dívida pública do país europeu que, por sua vez, possui um elevado endividamento e há expectativa de contração econômica neste ano.

Espera-se agora que o governo português siga os passos de Grécia e Irlanda e peça ajuda ao FMI, uma medida até então descartada pelo ex-primeiro-ministro José Sócrates. Na tentativa de evitar esta situação, Portugal seguirá realizando leilões extraordinários de títulos da dívida pública em busca da captação de recursos.

Ainda na cena externa, seguem os temores relacionados à situação na Líbia e no Japão, apesar das preocupações terem sido amenizadas na última semana. O ditador líbio Muammar Kadafi e suas ações devem continuar impactando os preços do petróleo no mercado internacional, ao mesmo tempo em que o Japão luta para conter a ameaça nuclear na usina de Fukushima.

Quem será o substituto de Agnelli na Vale?

A escolha do novo presidente-executivo da mineradora Vale deve mexer com o mercado brasileiro nos próximos dias. Entre segunda-feira (4) e quinta-feira (7), será realizada a Reunião Prévia dos Acionistas para homologar a contratação de empresa internacional de seleção de executivos, que irá auxiliar a companhia na escolha do substituto de Agnelli.

Na sexta-feira (8), o conselho de administração deverá escolher em lista tríplice o novo presidente da Vale. Entre os muitos nomes já cotados, o mais forte continua a ser de Tito Martins, presidente da Inco, subsidiária da mineradora no Canadá, e diretor de Metais Básicos.


A indefinição deve trazer volatilidade não só para a Vale, mas para o mercado brasileiro como um todo, principalmente por conta do peso dos papéis da companhia no Ibovespa. As ações da mineradora podem ficar pressionadas, não apenas pela indefinição do nome que irá substituir Agnelli, mas também pela compreensão do mercado sobre de que forma se dará tal escolha e a avaliação de que houve ou não interferência política no processo.

Indicadores: dados de inflação no Brasil e ata do Fomc nos EUA

Nos Estados Unidos, o presidente do Fed realiza discurso na segunda-feira (4), mas o destaque fica para a ata da reunião do Fomc, ocorrida em 15 de março. O documento será divulgado na terça-feira (5). O comunicado da última reunião foi diferente dos anteriores, mostrando que os membros do Fed estão mais otimistas com a economia.

“Muitos se perguntam quando o Fomc vai começar a apertar a política monetária e esta ata pode conter alguma pista”, opina a equipe de pesquisa do Banco Fator, liderada pela analista Lika Takahashi. “Recentemente diversos presidentes dos Feds regionais têm feito discursos mencionando a retirada dos estímulos monetários da economia americana”, acrescenta o Banco Fator.

Na Europa, acontecerão as reuniões dos bancos centrais da Zona do Euro e do Reino Unido na quinta-feira. “A expectativa é que a taxa de juros se mantenha estável, mas a possível sinalização de aumento pode trazer preocupação para o mercado”, estima a equipe de pesquisa da Coinvalores, liderada pelo analista Marco Aurélio Barbosa.

Na Ásia, o Banco Central do Japão definirá na quinta-feira os rumos da taxa básica de juros, mas o evento “não deve trazer surpresas”, prevê a Coinvalores.

No Brasil, o mercado concentra as atenções na divulgação de indicadores de inflação. São eles: o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-Fipe), previsto para segunda-feira; o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), que serão publicados na quinta-feira, e o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), que sairá na sexta-feira. “Com a agenda doméstica mais tranquila, entramos no mês de abril com uma percepção de risco um pouco menor, mas ainda elevada”, opina a equipe da Coinvalores.

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresIndicadores econômicos

Mais de Mercados

Ações da Usiminas (USIM5) caem 16% após balanço; entenda

"Se tentar prever a direção do mercado, vai errar mais do que acertar", diz Bahia Asset

"O dólar é o grande quebra-cabeça das políticas de Trump", diz Luis Otavio Leal, da G5 Partners

Ibovespa fecha em alta de mais de 1% puxado por Vale (VALE3)

Mais na Exame