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Rio Bravo entra na CVM com reclamação contra Casino

Empresa contesta a legalidade das aquisições de papéis do grupo Pão de Açúcar

Para a companhia, o Casino estaria impedido o Rio Bravo legalmente de adquirir parte dos papéis (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2013 às 15h10.

Rio de Janeiro - A Rio Bravo Investimentos entrou com reclamação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contestando a legalidade de aquisições de papéis da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD, Grupo Pão de Açúcar) pelo sócio francês Casino, no processo frustrado de negociação da varejista brasileira com o Carrefour.

O entendimento da Rio Bravo é que o Casino, que gastou cerca de R$ 2 bilhões ao longo de algumas semanas para aumentar sua participação acionária no grupo brasileiro, estaria impedido legalmente de adquirir parte dos papéis. A Rio Bravo estava bloqueada de negociar ações da CBD por ter entre seus sócios um membro do Conselho de Administração do Pão de Açúcar, Guilherme Ferreira.

No dia 29 de junho, a Agência Estado revelou que o departamento jurídico do Pão de Açúcar enviou carta proibindo a negociação com ações da CBD e da Globex por todos os controladores, acionistas e pessoas que pudessem ter informação privilegiada com a negociação da fusão do grupo com o Carrefour. O objetivo era impedir que operassem com os papéis.

Em seguida, o diretor de renda variável da Rio Bravo, Rafael Rodrigues, entrou com a consulta na CVM e o processo foi aberto formalmente em 8 de julho. Segundo ele, parte das aquisições do Casino foi realizada após o bloqueio. “Temos um e-mail formalizando o bloqueio do nosso sócio. Se o nosso sócio estava bloqueado, todo mundo deveria estar bloqueado, incluindo o Casino”, defende.

O Casino, sócio de Abilio Diniz no Grupo Pão de Açúcar, diz que as aquisições atestavam comprometimento com o negócio no Brasil. Já o mercado interpretou o movimento como uma reação à possibilidade de o Casino ser diluído caso o acordo com seu concorrente Carrefour fosse adiante.

Rodrigues argumenta que as compras do Casino influenciaram fortemente o preço de ações do Pão de Açúcar. No dia 29, dia seguinte ao anúncio da proposta de união de Diniz, as ações da CBD bateram recorde de volume, com 25% do total negociado na BM&FBovespa. Chegaram a subir 12% e fecharam em baixa de 3,07%. Inicialmente, a alta foi interpretada como uma resposta positiva à proposta, mas depois foi revelado que era o próprio Casino quem tinha ido às compras, aumentando sua participação em cerca de 10%.

Os comunicados ao mercado do Casino sobre o aumento de participação foram feitos em dois tempos, nos dias 15 e 29 de junho, e informam aquisições ao longo de vários dias. Segundo regras da CVM, a comunicação ao mercado só precisa ser feita depois de aquisição de participação relevante. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Rio de Janeiro - A Rio Bravo Investimentos entrou com reclamação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contestando a legalidade de aquisições de papéis da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD, Grupo Pão de Açúcar) pelo sócio francês Casino, no processo frustrado de negociação da varejista brasileira com o Carrefour.

O entendimento da Rio Bravo é que o Casino, que gastou cerca de R$ 2 bilhões ao longo de algumas semanas para aumentar sua participação acionária no grupo brasileiro, estaria impedido legalmente de adquirir parte dos papéis. A Rio Bravo estava bloqueada de negociar ações da CBD por ter entre seus sócios um membro do Conselho de Administração do Pão de Açúcar, Guilherme Ferreira.

No dia 29 de junho, a Agência Estado revelou que o departamento jurídico do Pão de Açúcar enviou carta proibindo a negociação com ações da CBD e da Globex por todos os controladores, acionistas e pessoas que pudessem ter informação privilegiada com a negociação da fusão do grupo com o Carrefour. O objetivo era impedir que operassem com os papéis.

Em seguida, o diretor de renda variável da Rio Bravo, Rafael Rodrigues, entrou com a consulta na CVM e o processo foi aberto formalmente em 8 de julho. Segundo ele, parte das aquisições do Casino foi realizada após o bloqueio. “Temos um e-mail formalizando o bloqueio do nosso sócio. Se o nosso sócio estava bloqueado, todo mundo deveria estar bloqueado, incluindo o Casino”, defende.

O Casino, sócio de Abilio Diniz no Grupo Pão de Açúcar, diz que as aquisições atestavam comprometimento com o negócio no Brasil. Já o mercado interpretou o movimento como uma reação à possibilidade de o Casino ser diluído caso o acordo com seu concorrente Carrefour fosse adiante.

Rodrigues argumenta que as compras do Casino influenciaram fortemente o preço de ações do Pão de Açúcar. No dia 29, dia seguinte ao anúncio da proposta de união de Diniz, as ações da CBD bateram recorde de volume, com 25% do total negociado na BM&FBovespa. Chegaram a subir 12% e fecharam em baixa de 3,07%. Inicialmente, a alta foi interpretada como uma resposta positiva à proposta, mas depois foi revelado que era o próprio Casino quem tinha ido às compras, aumentando sua participação em cerca de 10%.

Os comunicados ao mercado do Casino sobre o aumento de participação foram feitos em dois tempos, nos dias 15 e 29 de junho, e informam aquisições ao longo de vários dias. Segundo regras da CVM, a comunicação ao mercado só precisa ser feita depois de aquisição de participação relevante. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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