Mercados

Dados corporativos ganham fôlego e devem agitar mercados

No Brasil, investidores ficam atentos aos dados de inflação e produção industrial. Na cena externa, emprego nos EUA e juros na Inglaterra e na Zona do Euro são destaque

Agenda do Investidor (SXC.Hu)

Agenda do Investidor (SXC.Hu)

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Da Redação

Publicado em 1 de maio de 2011 às 12h27.

São Paulo – A primeira semana de maio, compreendida entre os dias 2 e 6, reserva indicadores econômicos importantes, tanto no Brasil como no exterior. Contudo, a atenção dos investidores não se limita apenas isto. A temporada de resultados corporativos, referentes ao primeiro trimestre do ano, ganha fôlego e deve impactar os mercados brasileiro e internacional.

No Brasil, os investidores acompanham no decorrer da semana dados de inflação, como o IPCA de abril, e os números da produção industrial, referente a março. “As cifras devem indicar que a atividade no Brasil está desaquecendo aos poucos”, estima André Perfeito, economista da Gradual Investimentos.

Nos Estados Unidos, são os índices de atividade e do mercado de trabalho que dominam a pauta. Já na Europa, ganha destaque a decisão sobre o futuro da taxa básica de juros na Zona do Euro e na Inglaterra e sobre os rumos da política monetária na região.

O Ibovespa, principal índice de ações brasileiro, terminou a semana passada com queda acumulada de 1,38%. No mês, o recuo é de 3,58%, enquanto no ano a perda totaliza 4,58%.

Estreia do Magazine Luiza na BM&FBovespa

A semana começa com a chegada da rede varejista Magazine Luiza ao mercado de ações. A companhia, presidida por Luiza Helena Trajano e com sede em Franca, no interior de São Paulo, é a quarta empresa do setor de consumo a realizar IPO (Oferta Inicial de Ações, na sigla em inglês) em 2011. A estreia na BM&FBovespa ocorre na segunda-feira (2).

O preço de cada ação da empresa, negociada sob o código MGLU3, ficou em 16 reais, no piso das estimativas dos coordenadores da oferta, que projetavam um valor entre 16 e 21 reais. A companhia conseguiu captar com a operação 925,785 milhões de reais, o que torna sua oferta no segundo maior IPO de 2011, atrás apenas de 1,5 bilhão de reais obtidos em fevereiro pela Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP3).

Resultados corporativos: investidores almejam bons números

Enquanto alguns balanços corporativos agradaram ao mercado nos últimos sete dias, outros decepcionaram. A temporada de resultados ganha fôlego nesta semana com mais companhias divulgando números.

Na segunda-feira, BR Malls, TIM, Embraer e Fibria Papel e Celulose publicam seus resultados. Na terça-feira (3) é a vez de Itaú Unibanco, Lupatech, Multiplus e Porto Seguro. Na quarta-feira (4), AmBev, Cielo, Confab, Energias do Brasil e Iguatemi informam seus números.


Na quinta-feira (5), conheceremos os dados do Banco Daycoval, B2W Varejo, Fleury, Gerdau, Gerdau Metalúrgica, OSX Brasil, Sul América, Direcional Engenharia, Grendene e Vale. Já na sexta-feira (6), apenas a Duratex divulga seu balanço.

Brasil: inflação ainda preocupa o mercado

A semana está marcada pela divulgação de três indicadores de inflação. São eles: IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) na segunda-feira; IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) na terça-feira; e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) na sexta-feira, considerado a medida oficial da alta dos preços. Todos são referentes ao mês de abril.

“As pressões inflacionárias devem continuar perturbando os mercados”, avalia André Perfeito, da Gradual Investimentos. Na opinião do Banco Fator, cuja equipe é liderada pela analista Lika Takahashi, o IPCA deve superar o teto da meta de 12 meses (chegando a 6,52% a.a. e 0,78% na comparação mensal). “Mesmo que isso não ocorra nesse mês, o indicador pode ficar bem próximo da banda superior e deve, de qualquer forma, ultrapassar esse teto nos próximos meses”, avaliam os analistas da instituição financeira.

Em relação à produção industrial, o mercado continua apostando no desaquecimento da economia brasileira. Tanto o Banco Fator como a Gradual Investimentos estimam queda para o indicador na próxima leitura, prevista para ser divulgada na quarta-feira.

EUA: mercado de trabalho domina a atenção

Os investidores ficarão atentos no decorrer da semana ao índice de atividade dos Estados Unidos (ISM Indústria), que será publicado na segunda-feira, e aos dados do mercado de trabalho, como criação de vagas (que deve ser divulgado na quarta-feira) e a taxa de desemprego (prevista para sexta-feira, entre outros indicadores. Os números deverão trazer maior clareza ao mercado sobre o desaquecimento da economia norte-americana.

Europa: juros na Inglaterra e na Zona do Euro

Após a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de elevar o juro, para 1,25% ao ano, as atenções se voltam agora para o Banco da Inglaterra (BoE, central), que ainda mantém a taxa básica em 0,50% ao ano. O último reajuste foi realizado em 5 de março de 2009.

Com o aumento das pressões inflacionárias em todo o Velho Continente, o mercado olhará atento a qualquer alteração que possa ser feita por ambas autoridades monetárias. Vale lembrar que, na última reunião do BoE, três membros do MPC (Conselho de Política Monetária, na sigla em inglês) votaram a favor da alta do juro na Inglaterra.

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