Queda da Bovespa de 8,08% em 8/08 é mau prenúncio
Levantamento da Link corretora mostra que, de 1995 a 2008, agosto é o mês de pior desempenho da bolsa
Da Redação
Publicado em 12 de agosto de 2011 às 08h26.
São Paulo - Não dizem que agosto é mês aziago? Pois bem, a Bovespa caiu 8,08% no dia 8 do 08. Para os mais céticos, cabe lembrar o antigo ditado castelhano: "no creo en brujas, pero que las hay, las hay!". E apesar de os operadores de ações ouvidos pela Agência Estado negarem peremptoriamente ser supersticiosos, não seria exagerado imaginar que, num mês tradicionalmente ruim para a Bolsa brasileira, muita gente nas mesas de operações não faça uma fezinha, ou uma rezinha que seja, quando veem os preços despencarem. Todo mundo se apega a um santinho, quiçá uma macumba, quando a seleção brasileira está perdendo. Por que não quando se trata de dinheiro?
Um levantamento da Link corretora, que foi recentemente comprada pelo banco UBS, mostra que, de 1995 a 2008, agosto é o mês de pior desempenho da Bovespa, com uma média de perda de 1,33%. Em 2008, a queda em agosto foi de 6,43%. Em 2009, agosto não foi de desgosto: a bolsa subiu 3,15%. Em 2010, a perda no mês foi de 3,51%. E, neste ano, o mês de agosto está uma dureza: até ontem (dia 11), a queda era de 9,32%. Mas nada comparado com agosto de 1998, quando o tombo foi de 39,55% conforme o levantamento feito por analistas da Link.
Ao ser perguntado sobre se o azar histórico que ronda agosto influenciou os mercados, Gustavo Mendonça, economista-chefe da Oren Investimentos no Rio de Janeiro, respondeu estupefato que não crê que o inferno astral tenha desempenhado algum papel no colapso dos mercados globais na segunda-feira. "Foi uma grande coincidência", disse Mendonça. Ele não é supersticioso, mas disse conhecer muita gente supersticiosa no mercado financeiro - em iguais proporções no Rio e em São Paulo, pois ele trabalhou nos dois mercados. "Nunca vi ninguém rezando quando o mercado está despencando, talvez secretamente estejam fazendo isso, mas, sem dúvida, ninguém faz uma aplicação ou monta uma posição levando em conta o lado da superstição."
Segundo o esotérico Daniel Atalla, que faz consultoria holística para empresas e vários clientes do mercado financeiro, apesar de o número 8 (da queda de 8,08% no dia 8 do 08) ser um número que representa prosperidade, o resultado da soma dos algarismos do ano de 2011 - 4 - tem uma vibração negativa. "4 é a pior vibração existente para nós. Na China, eles não usam o número 4 para nada," explica Atalla. "2011 é um ano financeiramente e comercialmente difícil, de mais trabalho e menos resultado." E agosto, por ser a grande virada do segundo semestre, é um mês de tensão.
E se levarmos em consideração as estatísticas do Stock Trader's Almanac, ou o almanaque do corretor de ações, esse inferno astral pode até piorar: nos Estados Unidos, o pior mês para o mercado acionário é tradicionalmente setembro - mês em que o índice Standard & Poor's 500 registra uma queda média de 0,6% desde 1950.
São Paulo - Não dizem que agosto é mês aziago? Pois bem, a Bovespa caiu 8,08% no dia 8 do 08. Para os mais céticos, cabe lembrar o antigo ditado castelhano: "no creo en brujas, pero que las hay, las hay!". E apesar de os operadores de ações ouvidos pela Agência Estado negarem peremptoriamente ser supersticiosos, não seria exagerado imaginar que, num mês tradicionalmente ruim para a Bolsa brasileira, muita gente nas mesas de operações não faça uma fezinha, ou uma rezinha que seja, quando veem os preços despencarem. Todo mundo se apega a um santinho, quiçá uma macumba, quando a seleção brasileira está perdendo. Por que não quando se trata de dinheiro?
Um levantamento da Link corretora, que foi recentemente comprada pelo banco UBS, mostra que, de 1995 a 2008, agosto é o mês de pior desempenho da Bovespa, com uma média de perda de 1,33%. Em 2008, a queda em agosto foi de 6,43%. Em 2009, agosto não foi de desgosto: a bolsa subiu 3,15%. Em 2010, a perda no mês foi de 3,51%. E, neste ano, o mês de agosto está uma dureza: até ontem (dia 11), a queda era de 9,32%. Mas nada comparado com agosto de 1998, quando o tombo foi de 39,55% conforme o levantamento feito por analistas da Link.
Ao ser perguntado sobre se o azar histórico que ronda agosto influenciou os mercados, Gustavo Mendonça, economista-chefe da Oren Investimentos no Rio de Janeiro, respondeu estupefato que não crê que o inferno astral tenha desempenhado algum papel no colapso dos mercados globais na segunda-feira. "Foi uma grande coincidência", disse Mendonça. Ele não é supersticioso, mas disse conhecer muita gente supersticiosa no mercado financeiro - em iguais proporções no Rio e em São Paulo, pois ele trabalhou nos dois mercados. "Nunca vi ninguém rezando quando o mercado está despencando, talvez secretamente estejam fazendo isso, mas, sem dúvida, ninguém faz uma aplicação ou monta uma posição levando em conta o lado da superstição."
Segundo o esotérico Daniel Atalla, que faz consultoria holística para empresas e vários clientes do mercado financeiro, apesar de o número 8 (da queda de 8,08% no dia 8 do 08) ser um número que representa prosperidade, o resultado da soma dos algarismos do ano de 2011 - 4 - tem uma vibração negativa. "4 é a pior vibração existente para nós. Na China, eles não usam o número 4 para nada," explica Atalla. "2011 é um ano financeiramente e comercialmente difícil, de mais trabalho e menos resultado." E agosto, por ser a grande virada do segundo semestre, é um mês de tensão.
E se levarmos em consideração as estatísticas do Stock Trader's Almanac, ou o almanaque do corretor de ações, esse inferno astral pode até piorar: nos Estados Unidos, o pior mês para o mercado acionário é tradicionalmente setembro - mês em que o índice Standard & Poor's 500 registra uma queda média de 0,6% desde 1950.