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Programa de swap está funcionando "muito bem", diz fonte

Segundo a fonte, que pediu anonimato, existem outros mecanismos que podem ser usados no caso de a demanda por dólar crescer

Dólares: na máxima desta sessão, o dólar subiu quase 2,5 por cento, chegando ao patamar de 3,58 reais (thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2015 às 14h41.

São Paulo - O programa de swap cambial implementado pelo Banco Central brasileiro está funcionando "muito bem", e não há necessidade de usar as reservas internacionais no mercado de câmbio, que vive fortes turbulências por conta da China nesta sessão, disse à Reuters nesta segunda-feira uma importante fonte da equipe econômica.

Segundo a fonte, que pediu anonimato, existem outros mecanismos que podem ser usados no caso de a demanda por dólar crescer, como os leilões de venda de moeda norte-americana com compromisso de recompra, conhecidos também como leilões de linha. Mas isso precisa ser feito com cautela.

"Ninguém consegue analisar tão bem a China... Temos de esperar mais tempo, não dá para agir de pronto", afirmou a fonte.

Na máxima desta sessão, o dólar subiu quase 2,5 por cento, chegando ao patamar de 3,58 reais, maior nível durante os negócios em mais de 12 anos. Pouco depois das 13h, a moeda norte-americana havia perdido parte do fôlego, e subia cerca de 1,5 por cento, a 3,5486 reais na venda.

Os mercados financeiros globais vivem intensa aversão ao risco, diante da queda de mais de 8 por cento das bolsas chinesas, a maior queda diária desde o auge da crise financeira global em 2007, refletindo a frustração de investidores após Pequim não anunciar novos estímulos no fim de semana mesmo depois do recuo de 11 por cento da semana passada.

"A preocupação maior é menos com o nível do câmbio, e sim com a disfuncionalidade do mercado", afirmou a fonte.

Segundo a fonte, é difícil entender ainda quais serão os efeitos permanentes do cenário chinês no mundo, mas argumentou que, até lá, os mercados correm o risco de "overshooting". "A China tem muita bala na agulha", argumentou.

Diariamente, o BC tem ofertado swaps cambiais ao mercado para rolar os papéis que estão vencendo e, neste mês, elevou a quantidade ofertada. Com isso, sinalizou que pretende rolar integralmente o lote que vence em setembro, acima do que havia feito nos meses anteriores, diante da escalada do dólar.

Só em julho, a moeda valorizou 10 por cento sobre o real e, no acumulado do ano até a véspera, subiu 31,5 por cento.

A última vez que o BC fez leilões de linha foi no dia 31 de março deste ano. Esse instrumento também é usado no segundo semestre, lembrou a fonte, com a maior demanda dos exportadores.

Além do cenário complicado vindo da China, a fonte disse ainda que a instabilidade política no Brasil é outro fator de preocupação. O país vive momento muito delicado, com riscos maiores de perder o selo de bom pagador dado pelas agências de classificação de risco.

"Manter as reservas internacionais neste momento é importante", afirmou a fonte.

Hoje, o estoque das reservas está um pouco acima de 370 bilhões de dólares.

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São Paulo - O programa de swap cambial implementado pelo Banco Central brasileiro está funcionando "muito bem", e não há necessidade de usar as reservas internacionais no mercado de câmbio, que vive fortes turbulências por conta da China nesta sessão, disse à Reuters nesta segunda-feira uma importante fonte da equipe econômica.

Segundo a fonte, que pediu anonimato, existem outros mecanismos que podem ser usados no caso de a demanda por dólar crescer, como os leilões de venda de moeda norte-americana com compromisso de recompra, conhecidos também como leilões de linha. Mas isso precisa ser feito com cautela.

"Ninguém consegue analisar tão bem a China... Temos de esperar mais tempo, não dá para agir de pronto", afirmou a fonte.

Na máxima desta sessão, o dólar subiu quase 2,5 por cento, chegando ao patamar de 3,58 reais, maior nível durante os negócios em mais de 12 anos. Pouco depois das 13h, a moeda norte-americana havia perdido parte do fôlego, e subia cerca de 1,5 por cento, a 3,5486 reais na venda.

Os mercados financeiros globais vivem intensa aversão ao risco, diante da queda de mais de 8 por cento das bolsas chinesas, a maior queda diária desde o auge da crise financeira global em 2007, refletindo a frustração de investidores após Pequim não anunciar novos estímulos no fim de semana mesmo depois do recuo de 11 por cento da semana passada.

"A preocupação maior é menos com o nível do câmbio, e sim com a disfuncionalidade do mercado", afirmou a fonte.

Segundo a fonte, é difícil entender ainda quais serão os efeitos permanentes do cenário chinês no mundo, mas argumentou que, até lá, os mercados correm o risco de "overshooting". "A China tem muita bala na agulha", argumentou.

Diariamente, o BC tem ofertado swaps cambiais ao mercado para rolar os papéis que estão vencendo e, neste mês, elevou a quantidade ofertada. Com isso, sinalizou que pretende rolar integralmente o lote que vence em setembro, acima do que havia feito nos meses anteriores, diante da escalada do dólar.

Só em julho, a moeda valorizou 10 por cento sobre o real e, no acumulado do ano até a véspera, subiu 31,5 por cento.

A última vez que o BC fez leilões de linha foi no dia 31 de março deste ano. Esse instrumento também é usado no segundo semestre, lembrou a fonte, com a maior demanda dos exportadores.

Além do cenário complicado vindo da China, a fonte disse ainda que a instabilidade política no Brasil é outro fator de preocupação. O país vive momento muito delicado, com riscos maiores de perder o selo de bom pagador dado pelas agências de classificação de risco.

"Manter as reservas internacionais neste momento é importante", afirmou a fonte.

Hoje, o estoque das reservas está um pouco acima de 370 bilhões de dólares.

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