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O ouro está bombando, mas outro metal tem ainda mais potencial: a prata

Metais preciosos ganham espaço como proteção em carteiras e mineradoras chegam a se valorizar quase 100% em apenas um mês

Prata: metal sobe mais de 30% em julho e supera valorização do ouro no ano (luismmolina/Getty Images)

Prata: metal sobe mais de 30% em julho e supera valorização do ouro no ano (luismmolina/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 28 de julho de 2020 às 16h35.

Última atualização em 28 de julho de 2020 às 17h29.

Embora tenha batido máxima histórica nesta semana, nem toda a valorização de cerca de 28% que o ouro acumula em 2020 seria suficiente para superar a alta da prata em julho, que já chega a 34,8% - e ainda precisaria subir mais 103% para bater a máxima de 2011. Para alguns dos maiores investidores do mundo, o rali dos metais preciosos está apenas começando.

Presidente da Bridgewater Ray Dalio demonstrou sua preferência pelos metais preciosos ainda em janeiro, quando, no Fórum Econômico Mundial de Davos, afirmou que “dinheiro é lixo”. Segundo ele, havia muito dinheiro no mercado. E de lá para cá, a quantidade só aumentou, com bancos centrais do mundo inteiro imprimindo dinheiro para atenuar os efeitos da pandemia.

A opinião também foi compartilhada recentemente por Mark Mobius. Em entrevista recente à Bloomberg, ele afirmou que “estaria comprando e continuaria comprando” ouro enquanto as taxas de juros estivessem próximas de zero. “Você não precisa se preocupar em não obter juros e o preço aumentará à medida que a incerteza nos mercados estiver aumentando.”

A apreciação dos metais também tem gerado um forte movimento de compra de ações de mineradoras de prata, como a Endeavour Silver e Fortuna Silver, que acumulam, em julho, respectivas altas de 95% e 36%. Mineradoras focadas na extração de ouro também vêm apresentando fortes altas, com a Kiinross subindo 21,16%, no mês, e a Barrick Gold, 9,8%

Para Rodrigo Marcatti, sócio fundador da Veedha Investimentos, os metais preciosos tomaram parte do espaço de hedge do dólar. “Na busca por proteção, se tornou mandatório entre os maiores investidores do mundo ter parte do portfólio em ouro. Por mais que exista a sensação de que o pior já passou, os números ainda estão muito ruins. Perdemos dois anos de PIB”, comentou.

Segundo ele, o fato de algumas das preocupações do mercado passarem principalmente pelos Estados Unidos, como a guerra comercial e a o aumento do número de casos de Covid-19 e o endividamento público, também reduz a confiança de investidores sobre o dólar. “Quando se pensa em um ativo descorrelacionado com tudo isso, o ouro se torna uma escolha unânime.”

Mas se a prata está subindo na esteira do ouro, por que a alta dela é maior? Uma das explicações está em sua menor liquides liquidez. “O ouro se tornou um ativo de fácil acesso até mesmo no varejo. Por outro lado, são poucos os players que negociam prata, o que torna as oscilações mais bruscas”, disse Marcatti.

Apesar de acumular maior valorização no ano, de 36% contra 28,2% do ouro, a prata só encerrou em alta em 3 meses do primeiro semestre, enquanto o ouro, em 5. As oscilações mensais da prata também superaram 10% para cima ou para baixo em dois dos últimos seis meses, já as variações do ouro não passaram de 6,41%, em abril.

*Com colaboração de João Victor Fonseca

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