PANORAMA2-Tensão externa leva mercados a 2o dia de perdas
SÃO PAULO, 23 de novembro (Reuters) - Os mercados viviam outro dia tenso nesta terça-feira farta de dados econômicos domésticos e internacionais, enquanto investidores seguiam atentos ao desenrolar da crise irlandesa e monitoravam com atenção o recrudescimento de conflitos na Ásia. Bolsas e os segmentos de commodities recuavam pelo segundo dia, enquanto o dólar se […]
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2010 às 13h07.
SÃO PAULO, 23 de novembro (Reuters) - Os mercados viviam
outro dia tenso nesta terça-feira farta de dados econômicos
domésticos e internacionais, enquanto investidores seguiam
atentos ao desenrolar da crise irlandesa e monitoravam com
atenção o recrudescimento de conflitos na Ásia.
Bolsas e os segmentos de commodities recuavam pelo segundo
dia, enquanto o dólar se recuperava frente a uma cesta de
moedas. No segmento doméstico de renda fixa, os juros subiam de
novo, após mais números salgados de inflação.
O euro enfraquecia-se com investidores ansiosos pelo
desfecho do pacote de ajuda da União Europeia e do Fundo
Monetário Internacional (FMI) à Irlanda que, antes da ajuda
para debelar sua crise bancária, precisa resolver a política.
O temor de que o foco de 'incêndio financeiro' contamine
outros enfraquecidos países da zona do euro, como Portugal,
pesava sobre o euro e as bolsas da região.
Não bastasse isso, um ataque da Coreia do Norte a uma ilha
sul-corena, matando dois soldados, em uma das ofensivas mais
pesadas desde o fim da guerra entre os dois países, em 1953,
acrescentava o peso de tensões geopolíticas aos negócios.
Neste contexto, o principal índice brasileiro de ações
visitava os menores patamares desde o início de setembro,
puxado sobretudo por construtoras e matérias-primas.
O dólar subia pouco, após o Banco Central anunciar que o
Brasil registrou em outubro um déficit de transações correntes
de 3,7 bilhões de dólares, o maior déficit para o mês em 12
anos [ID:nN23122095].
As projeções de juros subiam, após mais dois índices
mostrarem inflação doméstica em alta. A reação aos dados era
acirrada pela crescente expectativa pela definição da equipe
econômica da presidente eleita Dilma Roussef [ID:nN23120456].
A assessora de imprensa de Dilma afirmou que o anúncio deve
ser feito até quinta-feira, antes de ela viajar para a cúpula
da Unasul com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em Wall Street, os principais índices caíam mais de 1 por
cento, mesmo após a notícia de que o PIB dos Estados Unidos do
terceiro trimestre cresceu 2,5 por cento na leitura revisada,
mais do que os 2,4 por cento previstos pelo mercado e os 2,0 da
leitura preliminar [ID:nN23128471].
Os mercados pareciam mais interessados noutro número, o que
mostrou que as vendas de moradias usadas no país caíram mais
que o esperado em outubro [ID:nN23130335].
A agenda econômica desta terça-feira ainda reserva para as
17h00 a divulgação da ata da última reunião do Fomc (colegiado
do Federal Reserve), que decidiu pela manutenção do juro
norte-americano perto de zero e por uma nova rodada de
flexibilização monetária, com um plano de comprar até 600
bilhões em títulos do governo.
Veja a seguir como estavam os principais mercados às 14h
desta terça-feira:
CÂMBIO
O dólar subia a 1,734 real, em alta de 0,23 por cento
frente ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa caía 2 por cento, para 68.239 pontos.
ADRs BRASILEIROS
O índice dos principais ADRs brasileiros perdia 2,36 por
cento, a 34.265 pontos.
JUROS
O DI janeiro de 2012 apontava 11,86 por cento ao ano, ante
11,77 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3423 dólar,
ante 1,3618 dólar no fechamento anterior.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, caía a 138,625 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,308 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil avançava 4 pontos, para 187 pontos-básicos.
O EMBI+ tinha alta de 6 pontos, a 258 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones recuava 1,26 por cento, a 11.037
pontos; o S&P 500 caía 1,31 por cento, a 1.182 pontos, e
o Nasdaq se desvalorizava em 1,31 por cento, a 2.498
pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo
perdia 0,73 dólar, a 81,01 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 2,7475
por cento ante 2,806 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )
(Reportagem de Aluísio Alves; Edição de Vanessa Stelzer)