PANORAMA2-Alta do juro na China derruba bolsas e valoriza dólar
SÃO PAULO, 19 de outubro (Reuters) - A decisão inesperada da China de elevar as taxas de juros pela primeira vez em quase três anos provocava um forte ajuste nos mercados globais nesta terça-feira, com queda das bolsas de valores e fortalecimento do dólar frente a quase todas as moedas. No Brasil, o movimento do […]
Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2010 às 12h28.
SÃO PAULO, 19 de outubro (Reuters) - A decisão inesperada
da China de elevar as taxas de juros pela primeira vez em quase
três anos provocava um forte ajuste nos mercados globais nesta
terça-feira, com queda das bolsas de valores e fortalecimento
do dólar frente a quase todas as moedas.
No Brasil, o movimento do banco central chinês encavalou-se
com o anúncio de mais aumento do IOF sobre investimentos
estrangeiros, feito na noite anterior, e levava o dólar a
avançar mais de 1 por cento sobre o real.
O aumento dos juros na China, considerada a locomotiva do
crescimento global, reflete a preocupação com a alta dos preços
de ativos e a inflação persistente. As taxas de depósito e de
empréstimos de um ano foram elevadas em 0,25 ponto percentual
cada, para, respectivamente, 2,5 e 5,56 por cento
[ID:nN19111216].
Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, preocupado com o
que tem chamado de "guerra cambial", o movimento chinês é
positivo. "Pode valorizar um pouco a moeda deles, (a decisão)
vai na direção correta. Eles estão colaborando", disse quando
questionado por jornalistas.
O euro e moedas de economias ligadas a commodities eram as
mais afetadas, enquanto investidores buscavam refúgio no dólar.
O temor dos mercados é de que o juro maior na China possa
atrapalhar o crescimento e desaquecer o apetite dos asiáticos
por matérias-primas.
Frente a uma cesta com as principais moedas, o dólar
ganhava 1,45 por cento. Já o índice de commodities
Reuters/Jefferies perdia 1,12 por cento.
Em Wall Street, além da decisão chinesa, resultados e
perspectivas das gigantes Apple e IBM pesavam
sobre o humor de investidores.
O Ibovespa também se ressentia da falta de sustentação
externa. A ação da BM&FBovespa tinha a segunda
sessão seguida de perdas, reagindo às medidas anunciadas por
Mantega, que incluem taxação maior sobre as garantias de
estrangeiros para operar no mercado de derivativos.
Também de olho no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
maior para aplicações externas em renda fixa, as projeções mais
longas de juros avançavam.
Veja como estavam os principais mercados às 13h25 desta
terça-feira:
CÂMBIO
O dólar era cotado a 1,691 real, em alta de 1,5 por cento
frente ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa perdia 1,47 por cento, para 70.684 pontos. O
volume financeiro na bolsa era de quase 3 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS
O índice dos principais ADRs brasileiros perdia 2,2 por
cento, a 35.807 pontos.
JUROS
O DI janeiro de 2012 apontava 11,29 por cento ao ano, ante
11,28 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a ....... dólar,
ante 1,3945 dólar no fechamento anterior.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, caía a 139,813 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,238 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil subia 3 pontos, para 184 pontos-básicos. O
EMBI+ mostrava estabilidade, a 258 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones perdia 1,12 por cento, a 11.019
pontos; o S&P 500 caía 1 por cento, a 1.172 pontos; e o
Nasdaq recuava 1,17 por cento, a 2.451 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo
declinava 1,97 dólar, a 81,11 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, caía, oferecendo rendimento de 2,52 por
cento ante 2,515 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )
(Por Daniela Machado; Edição de Vanessa Stelzer)