Os 10 países mais próximos e os mais distantes de um calote
Levantamento revela a opinião dos investidores e não das agências de rating
Da Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2013 às 15h32.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h46.
O custo médio para se proteger de uma dívida de um país, no mundo, caiu cerca de 16% no último trimestre do ano passado, mostra um relatório produzido pela CMA Datavision, empresa da S&P Capital IQ e divulgado nesta terça-feira. A melhora nas avaliações dos países europeus, principalmente da Grécia, ajudou no resultado. Confira nas imagens os 10 países com risco mais elevado e, em seguida, os mais confiáveis. Como é calculado? O risco é medido pelo CDP (Cumulative Probability of Default), que quantifica a probabilidade de um país não ser capaz de honrar a suas obrigações de dívida por um determinado período (5 anos, no caso). Ele é calculado com um modelo padrão da indústria e dados da CMA e é baseado no preço do CDS (Credit Default Swaps) e a premissa de recuperação, que varia entre os países.
O país comandado pela presidente Cristina Kirchner caiu duas posições no ranking em comparação com o trimestre anterior e chegou a uma probabilidade de calote de 61,4%. A piora de 52% no custo de proteção da dívida (CDS) se deu por conta de uma briga na Justiça dos Estados Unidos com credores da dívida do país afetados pelo calote de 2001. O CDS chegou a 4.832 pontos ao final de novembro, mas terminou dezembro a 1.450 pontos.
O país continuou na segunda posição do ranking com uma probabilidade de calote de 60,5%. A avaliação piorou em 14,4%, que aumentou o custo de proteção da dívida (CDS) de 986 pontos para 1.081 pontos. A elevação no CDS durante o período foi a quarta maior da análise realizada pela CMA.
O Paquistão também caiu no ranking dos 10 países com dívida menos confiável do mundo, passando da 4ª para a 3ª posição. A probabilidade de calote chegou a 42,8% e o custo de proteção da dívida caiu de 791 pontos para 779 pontos.
O país ainda liderado por Hugo Chávez foi o que mais melhorou a percepção da sua dívida no último trimestre na América Latina. O custo de proteção da dívida caiu de 768 pontos para 641 pontos. Mesmo assim, a probabilidade de calote de 37,4% garantiu a piora de uma colocação no ranking. Segundo a CMA, “os problemas de saúde do presidente Chávez poderiam mudar a liderança de um dos maiores países produtores de petróleo do mundo”.
A probabilidade de calote da Ucrânia caiu de 39,8% para 36%, mas o país não conseguiu sair da lista dos 10 piores do mundo. A posição até piorou em uma colocação. A queda na percepção de calote seguiu a tendência de melhora na “Europa Emergente”, onde o custo para proteção da dívida (CDS) caiu, em média, 29%. Eslovênia, Romênia, Letônia, Lituânia, Eslováquia, Bulgária e Polônio tiveram quedas superiores a 30% nos CDSs. A proibição das operações de operações a descoberto com papéis da dívida de países europeus também ajudou no resultado.
Mesmo em meio à crise da dívida da zona do euro, a probabilidade de calote de Portugal caiu de 36,5% para 32,6%. Ainda assim, a colocação do país pirou em um nível no trimestre. O custo de proteção da dívida (CDS) chegou a superar 600 pontos em novembro, mas acabou o ano a 436 pontos. O CDS da dívida dos países da Europa Ocidental caiu, em média, 19%. O principal motivo foi a menor preocupação sobre uma possível saída da Grécia da zona do euro.
O Iraque é um novato na incômoda lista dos 10 países mais próximos de um calote. A probabilidade de um ocorrer é de 28,1% e o preço para proteção é de 462 pontos.
O Líbano se manteve na nona posição do ranking no último trimestre do ano. A probabilidade de calote ficou em 27,5% e o custo de proteção da dívida (CDS) em 441 pontos (leve baixa em relação aos 449 pontos do período anterior). Na região do Oriente Médio, o CDS caiu, na média, 25%. O melhor desempenho ficou com o Bahrein. A melhora se deve à expectativa de manutenção dos preços do barril de petróleo em torno ou acima dos 100 dólares o barril.
Ao lado de Portugal e Itália como os mais importantes países da região da zona do euro com crescimento pífio e dívida elevada, a Espanha conseguiu melhorar em dois degraus a sua posição no ranking dos 10 piores. O custo de proteção da dívida (CDS) caiu de 499 pontos para 295 pontos e uma probabilidade de calote de 23,5%. A Itália também viu a sua percepção de risco melhorar e o CDS caiu 23%.
A Suécia roubou a liderança de país com a dívida mais confiável do mundo da Noruega no último trimestre do ano. A probabilidade de um calote é de apenas 1,64% e o custo para se proteger de tal remota possibilidade é de 19 pontos, um ponto a menos do que a vizinha nórdica. “Os países escandinavos terminaram com um trimestre forte aliados a um desempenho bom da Europa de uma forma geral”, diz a CMA.
Por apenas um ponto em seu custo de proteção da dívida, a Noruega deixou o posto de dívida mais segura do mundo para a vizinha Suécia. A probabilidade de calote caiu de 2,1% para 1,72% do terceiro para o quarto trimestre de 2012.
A Finlândia subiu duas posições no ranking das 10 dívidas mais confiáveis do mundo para roubar a terceira posição que no terceiro trimestre do ano passado era dos Estados Unidos (agora 5º lugar) e completou assim o pódio escandinavo. A probabilidade de calote caiu de 3,6% para 2,64% e o custo de proteção recuou de 41 pontos para 30 pontos. No segundo trimestre do ano, o país ocupava a 8ª posição da lista.
A Dinamarca é outro nórdico que conseguiu melhorar a sua posição. A colocação passou de sexto para quarto no último trimestre. O país nem aparecia na lista no segundo trimestre do ano. A probabilidade de um default recuou de 4,6% para 2,94% e o custo de proteção de dívida passou de 53 pontos para 33 pontos.
Os Estados Unidos perderam espaço na lista no último trimestre de 2012 e caíram da 3ª posição para a 5ª. A probabilidade de um calote subiu de 2,9% para 3,3% e o custo de proteção passou de 33 para 38. O aumento percentual de 14% no custo foi o terceiro maior da análise da CMA. As preocupações sobre a solução do “Abismo Fiscal” e do aumento do teto da dívida atrapalharam o desempenho no período.
O Reino Unido conseguiu permanecer na sexta posição. A probabilidade de calote caiu de 4,6% para 3,66% e o custo de proteção de dívida passou de 53 pontos para 42 pontos. “O Reino Unido atingiu uma nova mínima de 26,5 pontos ao final de outubro, antes de subir lentamente para terminar acima de 42 pontos com o ressurgimento das preocupações sobre a manutenção do rating AAA”, afirma a CMA.
Empatada com o Reino Unido está a Alemanha, maior economia da zona do euro. O custo de proteção da dívida do país caiu de 4,7% no terceiro trimestre do ano passado (quando estava na 8ª posição) para 3,66% no final de 2012. O custo de proteção da dívida recuou de 54 pontos para 42 pontos.
A Suíça foi a que mais perdeu posições no ranking. O país passou da 4ª posição para a 8ª colocação entre o terceiro e o quarto trimestre. A probabilidade de calote subiu de 3,5% para 3,77% e o custo de proteção da dívida de 40 pontos para 43 pontos. A Suíça estava na terceira posição no segundo trimestre de 2012.
A Áustria é uma novidade na lista das dívidas mais confiáveis. A probabilidade de um calote ficou em 3,96% e o custo em de proteção em 45 pontos. “Áustria e Holanda (10ª posição) entram na lista com os spreads se alinhando com as fortes economias da Alemanha e Suíça”, afirma a análise da CMA.
Também uma estreante no ranking, a Holanda encerrou 2012 com uma probabilidade de calote de apenas 4,04% e um custo de proteção da dívida de 46 pontos.
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