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O dólar domina enquanto os países adotam medidas de estímulo

O índice da moeda americana chegou ao seu maior nível desde julho de 2010


	Dolar: os empregadores americanos contrataram 195.000 trabalhadores a mais pelo segundo mês consecutivo em junho e os salários aumentaram pelo impulso crescente da maior economia do mundo.
 (Joe Raedle/Newsmakers)

Dolar: os empregadores americanos contrataram 195.000 trabalhadores a mais pelo segundo mês consecutivo em junho e os salários aumentaram pelo impulso crescente da maior economia do mundo. (Joe Raedle/Newsmakers)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2013 às 13h36.

O dólar, a moeda de melhor desempenho nos mercados de câmbio estrangeiros neste ano, continuará se fortalecendo devido à combinação de maior crescimento nos EUA, maior flexibilização monetária em vários da Europa ao Japão, e protestos violentos em mercados emergentes, que apontam a novos recordes para a divisa de reserva do mundo.

O índice da moeda americana chegou ao seu maior nível desde julho de 2010, ultrapassando níveis de preços que indicam que a divisa se valorizaria mais um 5%. Os operadores de opções apostam que 29 de 31 moedas seguidas pela Bloomberg perderão valor em relação ao dólar neste ano.

“O dólar está em um bom momento”, disse David Bloom, diretor global de estratégia cambiária na HSBC Holdings Plc., em entrevista por telefone de Londres. “O dólar continuará aumentando rapidamente acima das outras moedas”.

Embora os ganhos do dólar possam dificultar os esforços do presidente Barack Obama para potencializar as exportações, eles constituem um sinal de que a economia americana está no caminho correto depois que o Departamento de Emprego do país anunciou que a criação de empregos aumentou acima do previsto em junho.

Os empregadores americanos contrataram 195.000 trabalhadores a mais pelo segundo mês consecutivo em junho e os salários aumentaram pelo impulso crescente da maior economia do mundo, potencializando a especulação de que o Fed poderia começar a reduzir suas compras mensais de dívida por US$ 85 bilhões ainda em setembro. Em junho, a taxa de desemprego americana ficou perto do nível mais baixo em quatro anos – 7,6 por cento.


Enquanto o Fed considera reduzir a compra de bônus, o Banco da Inglaterra e o Banco Central Europeu deram sinais de que manterão os custos baixos para tomar empréstimos em níveis recorde. Na Ásia, o Banco do Japão está trabalhando para dobrar a base monetária com medidas próprias de flexibilização quantitativa. Uma enquete independente da Bloomberg prevê que o crescimento da China desça de 7,7 por cento em 2013 para 7,6 no ano próximo.

Os responsáveis pela política econômica afirmaram que manterão a taxa perto do zero desde que o desemprego continue acima de 6,5 por cento e a perspectiva inflacionária não exceda 2,5 por cento.

Comparações de crescimento

Segundo a média de previsões das enquetes da Bloomberg, os EUA se expandirão 1,9 por cento neste ano e 2,7 por cento em 2014, ao passo que a Europa se contrairá em 0,60 por cento em 2013 e crescerá 1 por cento no próximo ano, segundo outra pesquisa independente.

A agitação política e social no mundo aumentou a demanda pela moeda americana.

No Brasil, o índice de aprovação da presidente Dilma Rousseff caiu junto com as ações e a moeda local nas últimas três semanas, com os protestos e exigências de melhores serviços públicos. O real já despencou 8,9 por cento neste ano.

O superpetroleiro das moedas

“O rendimento real dos títulos do Tesouro americano está aumentando. Normalmente, isso é um indicador muito claro da fortaleza do dólar no futuro”, disse Peter Kinsella, estrategista sênior de divisas no Commerzbank AG em entrevista pelo telefone de Londres.

“O dólar compõe entre 61 por cento e 62 por cento das reservas globais de moeda estrangeira e está envolvido em entre 75 por cento e 80 por cento de todas as transações com divisas. Então, se o dólar variar será como um superpetroleiro que se mexe – deslocará muita água. Isso é exatamente o que está se vendo agora”.

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