No radar: taxa de desemprego, PIB europeu e o que mais move o mercado
Economia da Zona do Euro supera estimativas, mas registra mais um trimestre de contração
Guilherme Guilherme
Publicado em 30 de abril de 2021 às 06h59.
Última atualização em 30 de abril de 2021 às 07h19.
O mercado internacional opera ainda sem uma direção definida, no início desta sexta-feira, 30. Nos Estados Unidos , os índices futuros apresentam leves quedas, após firmarem novos recordes no último pregão. Já na Europa , o tom é de leve alta, com investidores repercutindo dados da economia local e balanços corporativos.
PIB europeu
Divulgado nesta manhã, o PIB da Zona do Euro voltou a superar positivamente as previsões de economistas. No entanto, o resultado não foi suficiente para evitar mais um trimestre de degradação econômica, ficando em queda de 0,6%. A expectativa era de contração de 0,8%. Na comparação anual, a queda foi de 1,8%.
Principal país do bloco em termos econômicos, a Alemanha enfrenta uma recessão ainda mais severa, com PIB do primeiro trimestre caindo 1,7%. Em relação ao mesmo período do ano passado, as perdas foram de 3,3%.
Um contraste do cenário europeu tem sido a economia americana, que voltou a apresentar forte recuperação, com alta de 6,4% do PIB no primeiro trimestre. Já os indicadores de desemprego têm caído para os menores patamares desde o começo da pandemia.
Taxa de desemprego
No Brasil, a situação do mercado de trabalho será atualizada hoje, com a divulgação da taxa de desemprego. Já em patamares elevados de 14,2%, a taxa deve aumentar ainda mais, segundo previsões do mercado, chegando a 14,5%.
O dado oficial, no entanto, não considera o número de pessoas que desistiram de procurar emprego. Segundo economistas, a taxa de desemprego era para estar acima de 20%, se essa quantidade fosse considerada.
Renner levanta R$ 4 bi
As Lojas Renner levantaram 3,978 bilhões de reais em oferta subsequente de ações (follow-on, em inglês) com o preço por ação saindo por 39 reais. A previsão é de que as novas ações passem a ser negociadas na próxima segunda-feira. Sem procedimento de estabilização de preços, o próprio fato relevante da empresa alerta que o preço dos papéis “poderá flutuar significativamente”.
Com o mercado de varejo de moda aquecido, a companhia deve utilizar parte dos recursos para a compra de concorrentes e criação de um novo centro de distribuição.
Estreia da Modal
Em semana recheada de ofertas públicas iniciais (IPOs, na sigla em inglês), nesta sexta, será a vez do banco digital Modalmais (MODL11) estrear na B3. Com as units precificadas a 20,01 reais, a oferta girou em torno de 1,02 bilhão de reais. No último pregão, as ações da Boa Safra (SOJA3) estrearam em alta de 46%, enquanto as da Caixa Seguridade (CXSE3), de quase 4%.
Balanços
Neste pregão, investidores ainda devem reagir aos balanços do primeiro trimestre divulgados na última noite. Entre eles, estão os da Grendene (GRND3) e Fleury (FLRY3), Cteep (TRPL4), Unidas (LCAM3), Duratex (DXTX3) e Romi (ROMI3).
Retrospectiva
No último pregão, o Ibovespa não conseguiu acompanhar a alta das bolsas de Nova York e fechou em queda de 0,82%, em 120.065,75 pontos. A queda foi puxada pela realização de lucros em ações dos grandes bancos, que tinham disparado na quarta-feira, 28, com ajuda do balanço do Santander. Já o dólar caiu mais 0,47% e encerrou o dia sendo vendido a 5,337 reais, o menor patamar desde janeiro. Expectativa de normalização da taxa de juros Selic e desmonte de posições em dólar no exterior tem contribuído para a desvalorização, que já chega a 4% no mês.