Mercados

Negociações em commodities na China superam mercado de ações

O ritmo frenético dos futuros de commodities da China está fazendo o mercado de ações do país, de US$ 5,9 trilhões, parecer sereno


	China: em comparação com o mercado de ações na China em 2016, até mesmo os ovos são um investimento melhor
 (Getty Images)

China: em comparação com o mercado de ações na China em 2016, até mesmo os ovos são um investimento melhor (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2016 às 22h44.

O ritmo frenético dos futuros de commodities da China está fazendo o mercado de ações do país, de US$ 5,9 trilhões, parecer sereno.

Em comparação com o mercado de ações na China em 2016, até mesmo os ovos são um investimento melhor, com um aumento de 27 por cento nos contratos futuros. Isso depois de o custo da dúzia de ovos nos EUA ter caído 24 por cento no primeiro trimestre. O epicentro do boom das commodities, contudo, são as barras de reforço de aço (rebar), que subiram 38 por cento. O aumento vertiginoso da atividade especulativa levou o chefe da maior bolsa de metais do mundo a dizer que alguns traders provavelmente nem saibam o que estão comprando ou vendendo. O índice Shanghai Composite registra queda de 15 por cento neste ano.

As flutuações dos futuros do aço elevaram um índice de oscilações de preço ao nível mais alto já registrado. O rebar subiu 29 por cento em Xangai desde o final de março até 22 de abril, antes de cair em torno de 11 por cento. As bolsas de Dalian, Xangai e Zhengzhou anunciaram medidas para esfriar o boom das commodities, como comissões mais altas e redução dos horários noturnos. Enquanto isso, a volatilidade do Shanghai Composite, que registrou oscilações angustiantes durante o terceiro trimestre do ano passado e o início de 2016, atingiu o menor nível em mais de um ano quando o mercado se estabilizou.

A intensidade da negociação de futuros nas bolsas de commodities chinesas está fazendo alguns dos mercados mais líquidos do mundo parecerem lentos. Os contratos médios do minério de ferro e do rebar na Bolsa de Futuros de Xangai são mantidos por menos de quatro horas, contra quase 40 horas no caso dos contratos do petróleo WTI na Bolsa Mercantil de Nova York.

O equivalente a 41 milhões de fardos de algodão foi negociado em um único dia na Bolsa de Commodities de Zhengzhou no mês passado, maior total em mais de cinco anos, suficiente para fabricar quase 9 milhões calças jeans, ou pelo menos uma para cada pessoa no planeta.

Embora parte da alta do rebar tenha sido impulsionada pela melhora da demanda, os alertas estão aparecendo rapidamente. O avanço veloz não é sustentável porque as usinas deverão reativar sua capacidade ociosa e, assim, elevar a oferta, segundo a Fitch Ratings.

Para lembrar como é um ciclo de ascensão e queda na China, basta olhar para o mercado de ações. Depois que mais de 1,3 trilhão de yuans (US$ 200 bilhões) em ações mudaram de mãos em um dia em Xangai no pico do frenesi do ano passado, o volume de negócios em um dia cheio caiu para níveis vistos pela última vez em outubro de 2014. O índice de referência da bolsa, que fechou com pouca alteração na quarta-feira, continua 42 por cento abaixo da maior alta em sete anos, alcançada em junho.

Acompanhe tudo sobre:AçõesÁsiaChinaCommodities

Mais de Mercados

Ibovespa fecha em queda e encerra maior sequência de alta desde 2018

Galípolo, vendas do varejo nos EUA e Eneva (ENEV3): o que move o mercado

Atentado eleva patrimônio de Trump em R$ 6,5 bilhões

Cade abre procedimento para apurar acordo de codeshare da Azul e Gol

Mais na Exame