São Paulo - A Natura Cosméticos SA, maior fabricante de cosméticos do Brasil, subiu para a maior cotação em seis semanas depois que o Credit Suisse Group AG melhorou sua recomendação, citando múltiplos baratos e perspectiva de maiores dividendos do que suas concorrentes.

A Natura subia 1,1 por cento às 13:58, para R$ 37,50. Mais cedo, a ação chegou a ser negociada a R$ 37,95 reais, maior valor intradiário desde 13 de julho.

O papel perdeu 22 por cento este ano até ontem, empurrando seus múltiplos para 17,1 vezes o lucro estimado para 2012 pelo Credit Suisse, um desconto de 20 por cento em relação à sua média histórica e 15 por cento menos que outras companhias globais do mesmo setor, segundo um relatório com data de ontem. O Credit Suisse projeta o chamado “dividend yield” de mais de 5 por cento para a Natura em 2012, comparado aos menos de 2 por cento para outras empresas de bens de consumo no Brasil, escreveram os analistas Marcel Moraes e Antonio Gonzalez.

“Apesar do aumento das incertezas em relação ao ambiente macroeconômico, permanecemos positivos sobre as perspectivas para 2012”, de acordo com o relatório. “Esperamos uma leve aceleração nas áreas de cosméticos, perfumes e produtos de toalete explicada por alguma queda nas taxas de inflação e a alta recorde na média salarial.”

Perspectivas de menor crescimento da economia doméstica e competição acirrada levaram o Credit Suisse a reduzir em 8,6 por cento o preço alvo por ação da Natura em 12 meses, para R$ 42,50. O Produto Interno Bruto brasileiro deve ter uma expansão de 3,84 por cento este ano, após a alta de 7,50 por cento em 2010, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.

“Achamos que mudanças no perfil de crescimento e aumento da competição podem ter limitado o espaço para mudanças de estimativas”, escreveram os analistas. “Acreditamos, no entanto, que o pior tenha ficado para trás.”