Minerva sobe 3% com balanço e dividendo; BTG vê potencial de alta de 81% para a ação
Analistas do banco, que mantiveram recomendação de compra para os papéis BEEF3, destacaram resultado sólido da companhia no 4º trimestre e ações com patamar de valuation "pouco exigente"
Paula Barra
Publicado em 26 de fevereiro de 2021 às 12h56.
Última atualização em 26 de fevereiro de 2021 às 19h06.
As ações do frigorífico Minerva (BEEF3) subiram 3,30% nesta sexta-feira, 26, a maior alta do Ibovespa, após a companhia reportar lucro líquido de 697,1 milhões de reais no acumulado de 2020, crescimento de 4.214,5% frente ao registrado em 2019, quando lucrou 16,2 milhões de reais. Na máxima do dia, os papéis chegaram a saltar 7,3%.
Juntamente com o balanço, divulgado ontem à noite, a empresa anunciou distribuição de dividendos complementares de 384,3 milhões de reais, ou cerca de 0,73 centavos por ação.
Somando com os anunciados anterioremente, a companhia totalizou uma distribuição de proventos de 542,0 milhões de reais referentes ao exercício de 2020, ou 1,03 por ação, o que representa 78% do lucro líquido do ano, na maior distribuição já realizada pela empresa. O montante total corresponde a um dividend yield (dividendo sobre o preço da ação) de aproximadamente 11%.
Os analistas do BTG Pactual comentaram que o balanço da empresa veio sólido, destacando que a receita líquida do quarto trimestre de 5,7 bilhões de reais veio 17% acima do registrado no mesmo período de 2019 e 5% acima das projeções do banco. O número, apontaram, refletiu, principalmente, os preços mais altos da carne bovina, embora os volumes também tenham voltado para o território positivo (crescimento de 4% no trimestre, na comparação anual) após ficarem defasados ao longo do ano.
Em meio ao sólido resultado, combinado com distribuição de dividendos, os analistas do banco optaram por manter a recomendação das ações em compra.
O preço-alvo do banco para as ações BEEF3 é de 17,00 reais para os próximos 12 meses, o que implica em um potencial de valorização de 81% frente ao fechamento de ontem.
"Embora continuemos a ver um ciclo negativo no Brasil e uma proteína global mais equilibrada como os dois principais desafios que impedem as revisões para cima dos lucros da Minerva em 2021, a empresa continua sustentando margens sólidas e geração de fluxo de caixa", comentaram.
Além disso, eles apontaram que, o desempenho recente dos papéis abaixo do mercado, colocou as ações em patamares de valuation "pouco exigentes" e, "enquanto a empresa mantiver uma fortaleza em seu balanço que seja capaz de absorver a volatilidade das margens, sua capacidade de manter um fluxo de dividendos decente deve permanecer".
Do fim de setembro para cá, enquanto o Ibovespa subiu 19%, as ações da companhia acumulam queda de cerca de 13%. No mesmo período, seus pares em Bolsa JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3) sobem 26% e 21%, respectivamente, enquanto Marfrig (MRFG3) recua 7%.