Minério reabre em alta na China, tratativas para eleições no Congresso e o que mais move o mercado
Apesar de otimismo por maior demanda chinesa, bolsas do Ocidente operam em queda em semana decisões de bancos centrais
Guilherme Guilherme
Publicado em 30 de janeiro de 2023 às 08h08.
Última atualização em 30 de janeiro de 2023 às 09h40.
A expectativa de aquecimento da economia chinesa pelo processo de reabertura segue impulsionando o minério de ferro. A commodity subiu mais 2% para próximo de US$ 130 por tonelada nesta segunda-feira, 30, após o feriado de Ano Novo Lunar ter mantido as negociações suspensas por uma semana na bolsa de Dalian.
Reabertura na China
Dados de que as viagens na data festiva aumentaram 74% neste ano, segundo a Reuters, estiveram por trás do maior otimismo. Apesar do maior deslocamento, a onda de casos de covid-19 não foi agravada, segundo autoridades chinesas. Pelo contrário.
De acordo com documento desta segunda do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, o número de mortes e casos por covid-19 estão diminuíndo. "Nenhuma nova variante foi descoberta e a atual onda do país está chegando ao fim", afirmou. A bolsa de Xangai fechou em leve alta.
Sinais de recuperação da economia chinesa e a valorização do minério de ferro tendem a contribuir com o mercado, com grande participação de empresas de commodity. Somente a Vale, por exemplo, representa 16,3% do Ibovespa. Por outro lado, o movimento do mercado ocidental pesa do lado oposto.
Desempenho dos indicadores às 8h (de Brasília):
- Dow Jones futuro (Nova York): - 0,72%
- S&P 500 futuro (Nova York): - 1,00%
- Nasdaq futuro (Nova York): - 1,35%
- FTSE 100 (Londres): - 0,16%
- DAX (Frankfurt): - 0,92%
- CAC 40 (Paris): - 0,83%
- Shangai Composite (Xangai)*: + 0,14%
Semana de decisões do Copom, Fed e BCE
Bolsas da Europa e índices futuros dos Estados Unidos iniciaram em queda a semana, que promete ser agitada em ambos os mercados. Além da temporada balanços do quarto trimestre superaquecida no exterior, a semana ainda será marcada pelas decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE).
Para o Fed, na quarta, a expectativa é quase unânime para uma alta mais branda, de 0,25 ponto percentual. Mas investidores ainda esperam por pistas para saber até onde e até quando as taxas de juros vão continuar subindo nos Estados Unidos. Na Europa, onde a inflação segue próxima do maior patamar da história da Zona do Euro, investidores aguardam por uma elevação de 0,50 ponto percentual. Por lá, a presidente do BCE, Christine Lagarde, vem dando indícios de que o tom mais duro seguirá por mais tempo.
O Banco Central do Brasil também definirá sua taxa de juros nesta quarta-feira, 1. Por aqui, o consenso é de manutenção da Selic em 13,75%. As atenções estarão com o comunicado, que deve apresentar a visão dos membros do Copom quanto aos impactos dos riscos fiscais na condução da política monetária.
Eleições no Congresso
Mas outro evento ainda mais aguardado deve movimentar Brasília nesta quarta: as eleições para as presidências da Câmara e do Senado.
As últimas notícias são de que Arthur Lira, atual presidente da Câmara, desponta como favorito no pleito. Segundo o Poder 360, Lira, que tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deve ter mais de 400 votos dos 512 possíveis. Já no Senado, a disputa está mais acirrada. Rodrigo Pacheco, apoioado por Lula, pode não conseguir ser reeleito. De acordo com o G1, o apoio a seu candidato Rogério Marinho, do partido de Jair Bolsonaro, tem crescido.