Lucro com ações pode crescer mais no Brasil do que em outros emergentes
O banco Santander espera que o lucro por ação do Brasil aumente 20% em 2019, o dobro da média dos mercados emergentes
Júlia Lewgoy
Publicado em 10 de dezembro de 2018 às 16h05.
Um dos principais drivers para o rali do mercado acionário brasileiro neste ano deve continuar a todo vapor em 2019: o crescimento dos lucros corporativos.
O índice Ibovespa avançou mais de 15% até agora neste ano, um dos melhores desempenhos entre os principais benchmarks globais, com os resultados corporativos se destacando em meio ao juro baixo e inflação sob controle. No terceiro trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização cresceu 27% para as empresas listadas no Ibovespa, segundo o Banco Santander Brasil.
"As empresas já ajustaram sua estrutura de custos e há também ciclo de desalavancagem financeira", disse o estrategista do Santander, Daniel Gewehr, em entrevista. O banco espera que o lucro por ação do Brasil aumente 20% em 2019, o dobro da média dos mercados emergentes, de acordo com Gewehr.
O Santander Brasil vem preferindo as ações do setor industrial e de consumo, que se beneficiam da recuperação econômica em curso, bem como os papeis de algumas estatais.
O Bank of America Merrill Lynch também está otimista. O estrategista de ações do banco na América Latina, David Beker, diz que o crescimento dos lucros será “robusto”. O BofAML vê a economia brasileira crescer 3,5% em 2019, acima do consenso, e o lucro por ação crescer 22%. Beker tem uma das previsões mais otimistas para o Ibovespa, vendo o índice em 120.000 até o final do próximo ano.
Os investidores também estão de olho nos números de confiança. Dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas mostraram que a confiança do consumidor em novembro atingiu o maior nível em quatro anos. Para Frederico Sampaio, diretor de investimentos da Franklin Templeton no Brasil, os números podem estar sinalizando maiores probabilidades de uma revisão significativa para cima nas previsões para a atividade econômica.
"O primeiro sinal que aparece é confiança", disse Sampaio.