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Juro futuro perde força após números de emprego dos EUA

Negócios com juros perderam tração após divulgação da criação de 209 mil empregos nos Estados Unidos no mês passado, ante previsão de 230 mil

Mercado doméstico de renda fixa também reage à quarta queda consecutiva da atividade industrial (Yasuyoshi Chiba/AFP)
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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2014 às 12h20.

São Paulo - O temor dos mercados financeiros , de que os dados do mercado de trabalho viessem robustos nos Estados Unidos e pudessem apressar o Federal Reserve no início do ciclo de aperto monetário, não se confirmou na manhã desta sexta-feira, 1, após a criação de menos vagas que o esperado no país em julho, com o respectivo avanço da taxa de desemprego - o que não era previsto.

Em reação, o dólar , que mostrava vigor no exterior, inverteu o sinal e passou a cair, indo às mínimas da sessão ante o real, e também diminuindo a pressão de alta dos juros futuros, em linha com a diminuição do rendimento dos Treasuries.

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Pouco antes das 10 horas, no mercado de bônus em Nova York, o juro da T-note de 10 anos estava em 2,545%, de 2,563% no fim da tarde de quinta-feira, 31 de julho.

Nos negócios domésticos com juros futuros, o DI para janeiro de 2015 tinha taxa de 10,80%, de 10,78% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2017 estava em 11,55%, de 11,49% após ajuste da véspera; e o DI para janeiro de 2021 projetava taxa de 11,85%, de 11,82% no ajuste anterior.

Os negócios com juros perderam tração de modo generalizado após a divulgação da criação de 209 mil empregos nos Estados Unidos no mês passado, ante previsão de 230 mil.

A taxa de desemprego, por sua vez, subiu a 6,2%, contrariando a previsão de estabilidade em 6,1%. Os dados de junho foram revisados e passaram a mostrar criação de 298 mil postos de trabalho, de 288 mil originalmente.

Os números levam os investidores a reavaliar a estratégia de saída do Fed e tendem a reduzir as apostas de que a normalização da política monetária nos EUA ocorra antes do previsto.

Para o presidente da distrital de Dallas, Richard Fisher, o Fed está cada vez mais perto da primeira elevação do juro dos Fed Funds, ao passo que o representante da Filadélfia, Charles Plosser, afirmou que foi o voto dissidente da reunião desta semana por discordar da orientação de manter as taxas de juros perto de zero por um "tempo considerável" após o fim da terceira rodada do programa de recompra de ativos. Ambos são membros votantes no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc).

O mercado doméstico de renda fixa também reage à quarta queda consecutiva da atividade industrial, anunciada há pouco pelo IBGE.

Segundo o instituto, a produção industrial brasileira caiu 1,4% em junho ante maio. A retração foi menor que a mediana estimada, de -2,40%, e ficou dentro do intervalo previsto após coleta do AE Projeções.

Em base anual, o recuo da indústria foi de 6,9%, no maior tombo desde setembro de 2009. O dado também foi melhor que a mediana projetada, de -7,96%.

Mais cedo, a FGV informou que a inflação medida pelo IPC-S desacelerou a 0,10% em julho ante alta de 0,33% em junho, resultado que ficou em linha com a mediana prevista após levantamento do AE Projeções.

No período, das oito classes de despesas analisadas, seis registraram decréscimo em suas taxas de variação de preços, mas o grupo alimentação foi o que mais contribui para a desaceleração, ao passar de -0,10% para -0,25%, na mesma base de comparação.

Ainda na agenda econômica nacional, às 15 horas, saem os números do mês passado da balança comercial e as previsões são de déficit de US$ 450 milhões a superávit de US$ 1,8 bilhão (mediana de +US$ 834 milhões).

Já nos EUA, logo mais, às 10h45, sai a leitura final do índice PMI de atividade industrial em julho e, na sequência, às 10h55, é a vez do dado final do sentimento do consumidor norte-americano no mês passado.

Já às 11 horas, saem os investimentos em construção em junho e também o índice ISM da indústria em julho.

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