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Ibovespa cai por temores sobre crescimento global

Na sessão desta segunda-feira, investidores se mostraram preocupados quanto a dados econômicos da China, ao impasse político na Itália e aos cortes orçamentários nos EUA


	Telão da Bovespa: na sessão desta segunda-feira, as ações da Vale registraram desvalorização de 3,4 por cento, pressionando o Ibovespa para baixo
 (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Telão da Bovespa: na sessão desta segunda-feira, as ações da Vale registraram desvalorização de 3,4 por cento, pressionando o Ibovespa para baixo (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2013 às 18h28.

Preocupações com as perspectivas de crescimento da economia global contaminaram os negócios na Bovespa nesta segunda-feira, embora a melhora de Wall Street no fim do pregão tenha ajudado a reduzir as perdas do principal índice brasileiro de ações.

O Ibovespa fechou em queda de 0,68 por cento, a 56.499 pontos. No pior momento do dia, no entanto, o índice chegou a cair 1,43 por cento. O giro financeiro do pregão foi de 6,55 bilhões de reais, abaixo da média diária de 2013, de 7,56 bilhões de reais.

As ações preferenciais da mineradora Vale --que tem na China seu principal mercado-- foram a principal pressão negativa para o índice, com queda de 3,4 por cento, a 34,05 reais.

Planos para endurecer as restrições no mercado imobiliário chinês e a desaceleração do setor de serviços do país ampliaram preocupações sobre a expansão da segunda maior economia do mundo.

O impasse político na Itália ainda continuava no radar de investidores, que também avaliavam possíveis impactos dos cortes orçamentários nos Estados Unidos.

Segundo o operador Luiz Roberto Monteiro, da Renascença Corretora em São Paulo, além do noticiário externo, a piora nas expectativas para inflação brasileira neste também pesou nos negócios locais.

Segundo a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta manhã, o mercado elevou ligeiramente a previsão para a inflação medida pelo IPCA para 5,7 por cento em 2013, mas reduziu a de crescimento no ano, para 3,09 por cento.

Neste cenário, embora os estrangeiros tenham aportado 2,37 bilhões de reais na Bovespa em fevereiro, as posições vendidas no mercado futuro reflete o pessimismo desses investidores com as perspectivas para o mercado local.


"O estrangeiro não está acreditando na bolsa brasileira", disse Monteiro.

Nesta sessão, a petrolífera OGX, do empresário Eike Batista, caiu 4,6 por cento, a 2,90 reais, depois que o Deutsche Bank cortou quase pela metade o preço-alvo para o papel, para 2 reais.

Ainda no setor de petróleo, a preferencial da estatal Petrobras teve queda de 2,37 por cento, a 16,50 reais.

Por outro lado, a empresa de logística LLX, também controlada por Eike, saltou 10,7 por cento, a 2,17 reais.

Na sexta-feira, o diretor financeiro da companhia, João Borges, disse que o porto do Açu, que está sendo construído pela LLX no Rio de Janeiro, deve iniciar atividades comerciais em questão de semanas.

No exterior, os principais índices norte-americanos inverteram o sinal e passaram a mostrar leve alta, com investidores voltando a buscar oportunidades de compra apesar das preocupações com o crescimento global.

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