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Ibovespa fecha em queda pressionado por NY e Petrobras

A Bovespa fechou em leve queda, com a piora em Wall Street e a queda das ações da Petrobras


	Mulher passa em frente a logotipo da Bovespa
 (Nacho Doce/Reuters)

Mulher passa em frente a logotipo da Bovespa (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2015 às 18h25.

São Paulo - A Bovespa fechou no vermelho nesta quarta-feira, acompanhando o recuo de Wall Street e puxada pela queda das ações da Petrobras na esteira do declínio do petróleo no mercado internacional.

Nem as expectativas de novos estímulos econômicos na China foram suficientes para manter o principal índice da bolsa paulista, que chegou a subir 2,3 por cento na máxima do dia, no terreno positivo.

O Ibovespa fechou em queda de 0,22 por cento, a 46.657 pontos. O giro financeiro totalizou 6,9 bilhões de reais. Em Nova York, o índice acionário S&P 500 fechou em baixa de 1,39 por cento, após avançar cerca de 1 por cento, pressionado pelo recuo de ações ligadas ao petróleo e recuo da Apple após anúncio de novos produtos.

Também repercutiu nos pregões nos Estados Unidos dados sobre a abertura de empregos em julho, que sinalizaram fortalecimento da economia norte-americana a poucos dias da decisão de política monetária do Federal Reserve.

Na China, o Ministério das Finanças prometeu fortalecer a política fiscal, aumentar os gastos com infraestrutura e acelerar a reforma do sistema tributário, entre outras ações. "Essas medidas demonstram que há margem de manobra para o governo chinês agir", avalia o analista Marco Aurélio Barbosa, da CM Capital Markets.

No Brasil, segue a cautela sobre como o governo federal irá equilibrar as contas públicas, com sinalizações de Brasília de que haverá aumento dos impostos, enquanto são contraditórias as indicações de corte de despesas.

O banco HSBC ainda destacou em relatório que investidores locais seguem preocupados com os desafios econômicos e políticos, com dificuldades em encontrar possíveis catalisadores para uma melhora relevante do atual cenário.

Destaques

Petrobras fechou em queda de 2,89 por cento nas preferenciais e de 3,68 por cento nos papéis ordinários, conforme os preços do petróleo acentuaram a queda à tarde, pressionados por ampla oferta e preocupações sobre a limitação da demanda causada pelo lento crescimento econômico. =FIBRIA também pesou negativamente no Ibovespa, com recuo de 5,18 por cento, afetada pela fraqueza do dólar frente ao real, que contaminou também

Suzano Papel e Celulose, que caiu 2,99 por cento.

Santander Brasil terminou com variação positiva de 0,07 por cento, mas chegou a subir mais de 3 por cento na máxima, após anúncio de que Sergio Rial será o novo presidente-executivo do banco a partir de 1º de janeiro de 2016, em substituição ao espanhol Jesús Zabalza. O Itaú BBA avaliou a mudança como positiva, uma vez Rial é bem visto pelo mercado.

=SABESP foi destaque na ponta de alta, com avanço de 3,92 por cento, em meio a dados da companhia de água e saneamento paulista mostrando acréscimo no nível dos mananciais da grande São Paulo.

BM&F Bovespa avançou 3,81 por cento, após anunciar a venda de 20 por cento das ações que detinha na operadora norte-americana de bolsas de valores CME Group, em uma operação com lucro estimado em 450 milhões de reais. Para o BTG Pactual, o anúncio é "certamente uma boa notícia" e algo que o mercado aguardava acontecer.

Qualicorp subiu 3,23 por cento, após a companhia de planos de saúde firmar acordo com as empresas de internação domiciliar Tempo e Med-Lar para o pagamento em espécie de 47,5 milhões de reais, no lugar de entregar ações ordinárias da companhia como parte do exercício de bônus de subscrição. Também repercutiu reportagem do jornal Valor Econômico, segundo a qual, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) flexibilizou regras para as operadoras de planos de saúde assumirem a carteira de clientes de convênios médicos individuais de empresas em processo de liquidação.

Vale fechou com os papéis ordinários em alta de 0,69 por cento e as preferenciais de classe A estáveis, após terem subido pela manhã, em dia de alta dos preços do minério de ferro na China, com os contratos futuros subindo 5 por cento. O Credit Suisse destacou em nota a clientes que números recentes de embarque de minério nos portos australianos corroboram um cenário apertado entre demanda e oferta no curto prazo, ajudando a sustentar os preços da commodity.

JBS fechou com leve alta de 0,44 por cento, após avançar 5 por cento na máxima, quando encontrou suporte em informação na versão online da coluna Radar da revista Veja de que a CPI do BNDES não investigaria empréstimos do banco para holding J&F, controladora da JBS. À tarde, requerimento de convocação dos controladores do grupo, os irmãos Wesley e Joesley Batista, para prestar depoimento à CPI foi rejeitado na comissão. Mas, na sequência, o deputado federal Arnaldo Jordy (PPS-PA) disse que apresentará novo pedido de convocação dos controladores.

Gol caiu 4,44 por cento, após avançar mais de 20 por cento nos quatro pregões anteriores, com o Morgan Stanley reduzindo a recomendação para o ADR da ação e JPMorgan rebaixando o papel negociado na Bovespa nesta sessão, nos dos casos para "underweight" (abaixo da média do mercado). Os analistas Fernando Abdalla e Carlos Louro do JPMorgan afirmaram não ver sinais de recuperação no horizonte. "A persistência de um fraco ambiente econômico no Brasil e incertezas sobre combustível de aviação devem trazer pressão significativa para o preço da ação", avaliaram em relatório.

Texto atualizado às 18h25
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