Ibovespa fecha em queda pressionado por blue chips
Índice ficou descolado do viés positivo em praças acionárias no exterior, com a queda das ações blue chips entre as maiores pressões de baixa.
Reuters
Publicado em 10 de julho de 2018 às 17h22.
Última atualização em 10 de julho de 2018 às 17h45.
São Paulo - O Ibovespa fechou em leve queda nesta terça-feira, na volta do fim de semana prolongado em São Paulo, descolado do viés positivo em praças acionárias no exterior, com as ações blue chips entre as maiores pressões de baixa.
No fechamento, o principal índice de ações da B3 caiu 0,2 por cento, a 74.862 pontos. O volume financeiro no pregão somou 10,7 bilhões de reais. No melhor momento, o Ibovespa subiu 1,18 por cento, ajudado pelo cenário exterior favorável e ajustes ao movimento positivo de ADRs brasileiros (recibos de ações negociados nos EUA) na véspera, quando a B3 ficou fechada pelo feriado no Estado de São Paulo.
Na visão do operador Alexandre Soares, da BGC Liquidez, o mercado está sem uma direção firme, com fluxo mais fraco dado o começo das férias no hemisfério norte, mas também um noticiário misto no exterior, além das incertezas políticas no Brasil.
Para estrategistas do UBS, o viés ainda é de cautela. “Fluxos locais de renda fixa para renda variável que deram suporte ao Ibovespa no início deste ano podem continuar a se reverter”, escreveram em nota a clientes.
Wall Street sustentou os ganhos, com o S&P 500 alcançando máxima desde 1º de fevereiro, com resultados fortes da PepsiCo gerando otimismo para a temporada de balanços nos Estados Unidos.
Destaques
– VALE fechou com variação negativa de 1,61 por cento, em sessão em que os preços do minério de ferro à vista na China ficaram praticamente estáveis.
– BRADESCO PN recuou 1,31 por cento, pesando no Ibovespa em razão da relevante fatia que detém no índice. ITAÚ UNIBANCO PN subiu 0,26 por cento.
– BRASKEM subiu 6,58 por cento, liderando as altas do Ibovespa, em meio a expectativas sobre a venda da participação da Odebrecht na petroquímica. O jornal Valor Econômico informou nesta terça-feira que acordo de venda para o grupo LyondellBasell, sediado na Holanda, deve ser assinado até meados de outubro e que a Braskem pode ser avaliada em 55 bilhões de reais, sendo mais de 21 bilhões de reais pela parte da Odebrecht.
– PETROBRAS PN e PETROBRAS ON recuaram 1,39 e 0,15 por cento, revertendo ganhos da abertura, apesar da alta dos preços do petróleo, com o noticiário incluindo possível parceria com a francesa Total. Na véspera, quando a B3 não abriu, os ADRs (recibo de ações negociados nos Estados Unidos) das ações preferenciais e ordinárias da empresa subiram 2,8 e 2,6 por cento, respectivamente.
– ELETROBRAS PNB e ELETROBRAS ON caíram 1,66 e 2,75 por cento, respectivamente. Na segunda-feira, a Justiça Federal do Rio de Janeiro concedeu liminar para suspender edital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que visa contratar empresas para fazer avaliação da Eletrobras e modelagem da privatização.
– SUZANO recuou 5,11 por cento, com o declínio do dólar ante o real abrindo espaço para uma realização de lucros nas ações da fabricante de papel e celulose, que em 2018 acumula valorização superior a 130 por cento.
(Por Paula Arend Laier)