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Fundo soberano de Cingapura está mais otimista com Brasil

CIG afirma que o país pode oferecer oportunidades de investimento em diversos setores -- de saúde a educação e gasodutos

B3: os estrangeiros anda estão fora da Bolsa (Alex Wroblewski/Getty Images)

B3: os estrangeiros anda estão fora da Bolsa (Alex Wroblewski/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 20 de março de 2019 às 13h15.

Última atualização em 20 de março de 2019 às 13h15.

O GIC, fundo soberano de Cingapura, está mais otimista com o Brasil.

Para Lim Chow Kiat, o presidente da instituição, o país pode oferecer oportunidades de investimento em diversos setores -- de saúde a educação e gasodutos -- se mantiver a inflação sob controle e reduzir as taxas de juros.

"Estou definitivamente mais esperançoso e positivo", disse Lim em uma entrevista em São Paulo. "Há um impulso positivo."

Embora tenham se valorizado em meio ao otimismo com a administração de Jair Bolsonaro, os ativos brasileiros podem estar ainda baratos se o governo conseguir emplacar sua agenda pró-mercado.

Até o momento, os investidores locais foram os principais responsáveis pela forte alta nos preços das ações. Os estrangeiros têm se mantido de lado, mesmo com a vitória de seu favorito nas eleições de outubro passado.

O primeiro passo, afirma o executivo, é a aprovação da reforma da Previdência. No mês passado, a equipe do ministro da economia, Paulo Guedes, apresentou uma proposta que promete economizar R$ 1 trilhão ao longo da próxima década, um plano que Lim classifica como "ambicioso". Com o início da tramitação do projeto no Congresso, ele se diz "cautelosamente otimista” sobre as chances de aprovação. "Temos que ver o quanto eles conseguem realizar", ponderou.

A GIC, que possui mais de US$ 100 bilhões em ativos, investe no Brasil há quase duas décadas. Em 2014, a empresa que gerencia as reservas internacionais de Cingapura, abriu um escritório em São Paulo com o objetivo de aumentar a alocação de capital na região. Logo depois, o país mergulhou em uma grave crise política e na pior recessão em décadas, da qual ainda se recupera.

"Os últimos cinco anos não foram fáceis para empresas e investidores, mas conseguimos fazer alguns investimentos realmente bons, em parte porque ficamos", disse o executivo de 48 anos. “Alguns dos nossos amigos fizeram as malas e foram embora. Nós nunca fizemos isso."

A GIC investe 3% de seus recursos na América Latina, 32% nos EUA, 19% na Ásia (excluindo o Japão) e 13% na zona do euro, de acordo com relatório de 2018. Empresas brasileiras em sua carteira incluem BRF, Rede D’Or São Luiz e Nova Transportadora do Sudeste. A GIC não revela quanto de seu portfólio é alocado no Brasil.

Lim expressou ainda sua preocupação com a economia global, acrescentando que o valor dos ativos nos países desenvolvidos ainda está alto em meio a perspectivas mais nebulosas de crescimento. Uma desaceleração na economia dos EUA "é quase inevitável", afirmou.

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