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Focus vê novo aperto monetário em janeiro com alta na Selic

O BC vem dando recentemente várias sinalizações de que pretende voltar a elevar os juros em breve

Notas de real: o BC vem dando recentemente várias sinalizações de que pretende voltar a elevar os juros em breve (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2015 às 08h54.

São Paulo - Os economistas voltaram a elevar suas projeções para a taxa básica de juros em 2016, mas agora com alta de 0,5 ponto percentual já em janeiro, e mesmo assim as expectativas de pressão inflacionária continuam elevadas.

Segundo a pesquisa Focus do Banco Central com instituições financeiras divulgada nesta segunda-feira, a expectativa para a Selic --hoje a 14,25 por cento ao ano-- no ano que vem passou a 14,75 por cento, contra 14,63 por cento na semana anterior.

O BC vem dando recentemente várias sinalizações de que pretende voltar a elevar os juros em breve, em meio à piora das expectativas de inflação.

Com isso, os economistas consultados passaram a ver alta de 0,5 ponto percentual em janeiro, contra expectativa anterior de manutenção no atual patamar de 14,25 por cento.

Depois, o Focus mostra que a expectativa é de mais duas altas de 0,25 ponto em seguida, com a Selic então caindo a 14,75 por cento em dezembro. O mercado futuro de juros, por sua vez, enxerga pelo menos três altas de 0,50 ponto em 2016, a primeira a partir do próximo mês, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne novamente.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou elevação pela terceira semana seguida da projeção para a alta do IPCA no final de 2016, atingindo 6,87 por cento, sobre 6,80 por cento antes.

Houve também mais uma vez alta na expectativa para 2015, com o avanço do IPCA estimado agora em 10,7 por cento, 0,09 ponto percentual a mais do que no levantamento anterior.

Em ambos os casos a inflação estouraria o teto da meta, que é de 4,5 por cento pelo IPCA, com tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

O IPCA-15, prévia da inflação oficial, encerrou 2015 com alta acumulada em 12 meses de 10,71 por cento, maior taxa anual desde 2002.

Para 2017 o cenário também piorou, com a expectativa de alta do IPCA chegando a 5,17 por cento, contra 5,10 por cento, acima do centro da meta oficial, de 4,5 por cento, mas com tolerância de 1,5 ponto percentual.

Na semana passada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que o objetivo é fazer a inflação convergir para o centro da meta de 4,5 por cento em 2017, ficando no limite de tolerância do regime de metas em 2016.

O cenário para a economia também continua se deteriorando, com projeção neste ano de contração do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,7 por cento, sobre queda de 3,62 por cento na pesquisa anterior, mostrou ainda a pesquisa Focus.

A recessão continua em 2016, com os especialistas consultados prevendo retração do PIB de 2,8 por cento, contra recuo de 2,67 por cento antes.

O cenário de forte recessão agravado pelo quadro fiscal e incertezas políticas levou na semana passada a agência de classificação de risco Fitch a retirar o selo de bom pagador do Brasil, indicando que pode levar o país ainda mais fundo no território especulativo.

É com esse cenário de recessão, confiança abalada e contas públicas em deterioração que Nelson Barbosa assume o Ministério da Fazenda no lugar de Joaquim Levy.

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São Paulo - Os economistas voltaram a elevar suas projeções para a taxa básica de juros em 2016, mas agora com alta de 0,5 ponto percentual já em janeiro, e mesmo assim as expectativas de pressão inflacionária continuam elevadas.

Segundo a pesquisa Focus do Banco Central com instituições financeiras divulgada nesta segunda-feira, a expectativa para a Selic --hoje a 14,25 por cento ao ano-- no ano que vem passou a 14,75 por cento, contra 14,63 por cento na semana anterior.

O BC vem dando recentemente várias sinalizações de que pretende voltar a elevar os juros em breve, em meio à piora das expectativas de inflação.

Com isso, os economistas consultados passaram a ver alta de 0,5 ponto percentual em janeiro, contra expectativa anterior de manutenção no atual patamar de 14,25 por cento.

Depois, o Focus mostra que a expectativa é de mais duas altas de 0,25 ponto em seguida, com a Selic então caindo a 14,75 por cento em dezembro. O mercado futuro de juros, por sua vez, enxerga pelo menos três altas de 0,50 ponto em 2016, a primeira a partir do próximo mês, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne novamente.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou elevação pela terceira semana seguida da projeção para a alta do IPCA no final de 2016, atingindo 6,87 por cento, sobre 6,80 por cento antes.

Houve também mais uma vez alta na expectativa para 2015, com o avanço do IPCA estimado agora em 10,7 por cento, 0,09 ponto percentual a mais do que no levantamento anterior.

Em ambos os casos a inflação estouraria o teto da meta, que é de 4,5 por cento pelo IPCA, com tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

O IPCA-15, prévia da inflação oficial, encerrou 2015 com alta acumulada em 12 meses de 10,71 por cento, maior taxa anual desde 2002.

Para 2017 o cenário também piorou, com a expectativa de alta do IPCA chegando a 5,17 por cento, contra 5,10 por cento, acima do centro da meta oficial, de 4,5 por cento, mas com tolerância de 1,5 ponto percentual.

Na semana passada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que o objetivo é fazer a inflação convergir para o centro da meta de 4,5 por cento em 2017, ficando no limite de tolerância do regime de metas em 2016.

O cenário para a economia também continua se deteriorando, com projeção neste ano de contração do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,7 por cento, sobre queda de 3,62 por cento na pesquisa anterior, mostrou ainda a pesquisa Focus.

A recessão continua em 2016, com os especialistas consultados prevendo retração do PIB de 2,8 por cento, contra recuo de 2,67 por cento antes.

O cenário de forte recessão agravado pelo quadro fiscal e incertezas políticas levou na semana passada a agência de classificação de risco Fitch a retirar o selo de bom pagador do Brasil, indicando que pode levar o país ainda mais fundo no território especulativo.

É com esse cenário de recessão, confiança abalada e contas públicas em deterioração que Nelson Barbosa assume o Ministério da Fazenda no lugar de Joaquim Levy.

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