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Fator política leva Bovespa para o alto na abertura

A bolsa na contramão do sinal negativo vindo dos mercados internacionais


	Bovespa: às 10h30, o Ibovespa subia 1,17%, aos 57.784,33 pontos
 (Bloomberg News/Paulo Fidman)

Bovespa: às 10h30, o Ibovespa subia 1,17%, aos 57.784,33 pontos (Bloomberg News/Paulo Fidman)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2014 às 12h06.

São Paulo - A Bovespa abriu o pregão desta terça-feira, 07, em alta, na contramão do sinal negativo vindo dos mercados internacionais, em meio à expectativa de que a candidata do PSB, Marina Silva, formalize apoio a Aécio Neves (PSDB) no segundo turno, o que poderia aumentar as chances de o tucano derrotar a presidente Dilma Rousseff (PT) nas urnas no dia 26. Essa possibilidade também traz um tom mais otimista nos demais mercados domésticos.

Às 10h30, o Ibovespa subia 1,17%, aos 57.784,33 pontos, não muito distante da pontuação máxima do dia, em alta de 1,95%, aos 58.231 pontos. Os ganhos são novamente conduzidos pelas ações do chamado "kit eleições", com destaque para as altas de 1,91% e de 1,46% nos papéis ON e PN da Petrobras. Banco do Brasil ON, por sua vez, subia 2,37%.

Em Wall Street, logo após a abertura do pregão, o Dow Jones caía 0,59% e o S&P 500 perdia 0,50%, ambos na mínima do dia. O movimento está alinhado com as perdas nas praças financeiras europeias. A Bolsa de Frankfurt recuava 0,93%.

Dos dois lados do Atlântico, pesam as preocupações quanto à desaceleração da economia global, principalmente após uma nova frustração com um indicador da Alemanha, desta vez, sobre a produção da indústria. Além disso, as projeções para a expansão da economia mundial foram novamente rebaixadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), embora desta vez em menor ritmo que em revisões anteriores.

Para 2014, a expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) global cresça 3,3%, ante 3,4% estimados em julho, quando foi divulgado o último relatório de estimativas do FMI. Para 2015, a projeção baixou de 4% para 3,8%.

O FMI destaca ainda que o crescimento mundial tem sido decepcionante e os dados mais recentes revelam que o ritmo da atividade tem sido cada vez mais específico de cada país - ou seja, a diferenciação de números aumentou.

Estados Unidos e Reino Unido estão se acelerando, enquanto a zona do euro e o Japão patinam e os emergentes, como o Brasil, reduziram o ritmo de expansão.

De qualquer forma, as atenções dos mercados domésticos estão concentradas na possibilidade de Marina oficializar até quinta-feira apoio a Aécio no segundo turno das eleições presidenciais.

Essa chance conserva as correções significativas registradas ontem, com Bolsa e real em alta e juros futuros em queda, tendo como pano de fundo a perspectiva de que, com um governo da oposição, a economia brasileira teria um desempenho melhor do que com a atual presidente.

De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, a dúvida quanto a uma eventual aliança política da oposição é se o apoio de Marina ocorrerá com o PSB ou se será uma manifestação da Rede Sustentabilidade, partido que ela não conseguiu criar. Tampouco está definido como isso se dará, pois a ex-senadora não quer condicionar sua decisão a cargos.

O caminho pode ser o de pedir concordância com pontos importantes do programa de governo do PSB. Porém, o presidente do Partido, Roberto Amaral, quer apoiar Dilma, mas pessebistas próximos da ex-senadora defendem o tucano. De acordo com informações da jornalista Sonia Racy, publicadas hoje em sua coluna no jornal O Estado de S. Paulo, Marina não tem mais dúvidas e decidiu apoiar o tucano, sendo que a decisão deve sair antes do endosso formal de Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, também a Aécio. Uma reunião da Executiva do PSB foi marcada para a quarta-feira, 08.

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