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Exterior contamina Bovespa, que opera em baixa

Dados fracos sobre a confiança do consumidor em países europeus e balanços corporativos aquém do esperado dão o tom para a abertura do pregão doméstico

Sede da BM&FBovespa:  indicadores econômicos nos Estados Unidos previstos para o dia podem atenuar, ou mesmo acelerar, queda da bolsa (Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2012 às 09h28.

A trégua da Bovespa nesta quinta-feira (25) não tem continuidade nesta sexta-feira, com o mau humor que prevalece no exterior contaminando os negócios locais. Dados fracos sobre a confiança do consumidor em países europeus e balanços corporativos aquém do esperado dão o tom para a abertura do pregão doméstico. Os indicadores econômicos nos Estados Unidos previstos para o dia podem atenuar, ou mesmo acelerar, essa queda, ao passo que a reação ao resultado trimestral da Petrobras deve ficar apenas para a próxima semana. Por volta das 10h05, o Ibovespa caía 0,81%, aos 57.368 pontos, na pontuação mínima do dia.

"Da alta pouco convincente de ontem, partimos para as quedas de hoje em praticamente todos os mercados importantes do mundo", comenta, em relatório, o economista Álvaro Bandeira, da Órama Investimentos, referindo-se aos ganhos de 1,18% do Ibovespa, na véspera, mais acelerados que a alta observada em Nova York, mas em meio a um volume financeiro frágil.

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Para ele, a tendência para os negócios nesta sexta "mostra que ainda vamos ter de conviver com intensa volatilidade por longo tempo". "Mas o Ibovespa não pode perder a sustentação em 56,2 mil pontos, sob pena de a situação piorar bem mais", acrescenta Bandeira.

Nesta sexta o radar dos investidores estará direcionado ao ambiente internacional, onde pesa a atual temporada de balanços, que mostra que a crise europeia está penalizando o desempenho das empresas, assim como a concorrência acirrada, que vem comprometendo a rentabilidade dos negócios. Além disso, a confiança do consumidor caiu na segunda e terceira maiores economias europeias - França e Itália, respectivamente - neste mês, enquanto no motor da Europa, a Alemanha, esse sentimento subiu para o maior nível em cinco anos em novembro.


Por volta das 9h40, a Bolsa de Londres recuava 0,75% e Frankfurt cedia 0,40%. Já a Bolsa de Madri perdia 1,15%, impactada também pelo avanço para nível recorde da taxa de desemprego na Espanha, ao subir a 25,02% no trimestre passado. A situação do emprego no país é a pior entre todas as nações da zona do euro.

Já em Nova York, o futuro do S&P 500 caía 0,74% e o Nasdaq 100 futuro tinha queda de 0,48%, também pouco antes das 10h. A Bolsa de tecnologia é atingida pela decepção com os ganhos por ação da Apple, que subiu a US$ 8,67 por ação, abaixo da previsão de US$ 8,75 por ação. Já Wall Street aguarda a leitura preliminar do PIB dos EUA no terceiro trimestre deste ano, às 10h30, que deve mostrar aceleração da taxa trimestral anualizada. Depois, às 11h55, é a vez do índice de sentimento do consumidor norte-americano em outubro.

Segundo um operador da mesa de renda variável de uma corretora paulista, a Bolsa deve seguir colada ao exterior e não há nada internamente capaz de influenciar o pregão local. Para ele, o balanço da Petrobras, que sai após o fechamento dos negócios, deve ser repercutido apenas na segunda-feira. "Dificilmente o resultado pega o after market em operação", avalia.

Segundo a média das estimativas de seis casas consultadas, a estatal petrolífera deve apresentar lucro líquido de R$ 8,07 bilhões entre julho e setembro de 2012, mais que compensando o prejuízo reportado no trimestre anterior. O principal destaque do balanço do trimestre passado deve ser a receita recorde, de R$ 72,17 bilhões.

Ainda na esfera de energia, o setor elétrico pode ficar mais agitado após um novo "apaguinho" no Brasil, desta vez na região Nordeste e parte da região Norte. Na madrugada desta sexta-feira, várias localidades ficaram sem luz devido ao desligamento das linhas de transmissão. A partir de hoje, o governo irá ligar todas as termoelétricas, em uma tentativa de permitir a recuperação do volume de água dos reservatórios das represas, que está no pior nível dos últimos 11 anos.

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