Mercados

Entenda o que é penny stock

Penny stocks são ações com cotações baixas, que valem menos de R$ 1

 (John_Brueske/Thinkstock)

(John_Brueske/Thinkstock)

Rita Azevedo

Rita Azevedo

Publicado em 22 de outubro de 2017 às 06h00.

Última atualização em 22 de outubro de 2017 às 06h00.

As chamadas penny stocks são ações ou units cotadas na casa dos centavos. Muitas delas são de empresas que estão passando por dificuldades, sejam elas financeiras ou de gestão, ou mesmo no meio de um processo de recuperação judicial.

Como esses papéis apresentam baixo valor, qualquer mudança nos preços -- mesmo que de um ou dois centavos -- significa uma variação significativa. Por isso, tais ações costumam atrair investidores de alto risco que ganham com a especulação.

Outros, cientes das dificuldades da companhia, acreditam que é uma boa comprar as ações, com a esperança de multiplicar o dinheiro investido caso a empresa se recupere financeiramente. Só que, além do risco de falência da empresa, o acionista pode não encontrar compradores para as ações.

Desde 2013, a bolsa brasileira apertou o cerco às penny stocks. A primeira medida tomada em relação a isso foi excluir do Ibovespa -- o principal índice do mercado acionário -- as ações cotadas abaixo de 1 real. Antes disso, apenas o volume de negociações era levado em conta, o que poderia permitir a entrada de tais papéis.

Em 20015, uma nova regra foi criada. As empresas cujas ações forem cotadas por centavos durante 30 pregões consecutivos passaram a ser notificadas pela B3 (novo nome da BM&FBovespa) e ter a obrigação de informar ao mercado o que será feito em relação ao preço dos papéis. Muitas delas optam pelo agrupamento de ações, que reduz o número de papéis em circulação e aumenta o valor nominal do ativo.

Uma das histórias mais conhecidas de especulação com penny stocks é a de um jovem canadense que, entre 2009 e 2013, manipulou o mercado enviando análises por e-mail e incentivando os destinatários a comprar ações de baixo valor.

Depois de muitas altas, ele vendeu os ativos, provocou um prejuízo de 3 bilhões de dólares, fugiu do país e passou a ser procurado pela polícia internacional.

O jovem começou a ser chamado de "Lobo de Montreal", uma referência ao "Lobo de Wall Street", como ficou conhecido o norte-americano Jordan Belfort, que ficou rico na década de 1990 ao negociar penny stocks e fraudar dados para aumentar a atratividade dos IPOs de empresas pequenas. Belfort foi condenado a 22 meses de prisão e ao pagamento de multa no valor de 110 milhões de dólares.

 

Acompanhe tudo sobre:AçõesMercado sem mistério

Mais de Mercados

Ações da Usiminas (USIM5) caem 16% após balanço; entenda

"Se tentar prever a direção do mercado, vai errar mais do que acertar", diz Bahia Asset

"O dólar é o grande quebra-cabeça das políticas de Trump", diz Luis Otavio Leal, da G5 Partners

Ibovespa fecha em alta de mais de 1% puxado por Vale (VALE3)

Mais na Exame