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Em dia movimentado, Ibovespa vira e consegue manter os 100 mil pontos

JBS chegou a cair mais de 2% com eventual saída do BNDES; GPA e Eletropaulo também foram destaques.

bolsa de valores ações ibovespa (Busakorn Pongparnit/Getty Images)
TL

Tais Laporta

Publicado em 27 de junho de 2019 às 17h45.

Última atualização em 27 de junho de 2019 às 18h03.

Em dia instável e com intenso noticiário envolvendo as empresas listadas, a bolsa paulista fechou com ligeira alta nesta quinta-feira (27), conseguindo por pouco sustentar a marca dos 100 mil pontos no final do dia. Ajudaram as notícias mais positivas para o andamento da reforma da Previdência e a disparada dos papéis do GPA.

O índice de referência do mercado de ações do Brasil, o Ibovespa , subiu 0,04%, a 100.723 pontos, após chegar a recuar mais de 1% pela manhã.

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A decisão de deputados de adiar a tramitação da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara enquanto buscam uma solução sobre a extensão das novas regras de aposentadoria a Estados e municípios minou a primeira parte do pregão. No começo da tarde, porém, noticiário mais conciliador colocou o Ibovespa no azul.

Segundo a Reuters, profissionais da área de renda variável destacaram principalmente comentários do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em evento fechado em São Paulo, prometendo que colocará a proposta em votação no plenário da Casa antes do recesso parlamentar.

JBS recua com possível saída do BNDES

Um dos destaques foi a queda nas ações da fabricante de alimentos JBS , após a notícia, dada com exclusividade pela EXAME, de que o banco estatal BNDES deve priorizar a venda que detém nas ações da companhia, controlada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista. Os papéis chegaram a cair mais de 2% e fecharam em baixa de cerca de 0,7%, a 21,09 reais.

“A notícia gerou uma pressão de venda mais forte no curto prazo, até se saber se as ações serão ‘desovadas’ no mercado ou se pode entrar um investidor mais estratégico”, explica Rafael Passos, analista da Guide Investimentos.

Eletropaulo dispara com fechamento de capital

Fora do Ibovespa, as ações da elétrica paulista Eletropaulo chegaram a disparar mais de 40% pela manhã após sua controladora, a italiana Enel, anunciar que fará uma nova oferta pública de aquisição (OPA) para todas ações da empresa que não estão em suas mãos. Na prática, a operação vai fechar o capital da distribuidora.

A compra das ações pelo valor de 48 reais– bem acima do que vinha sendo negociada no mercado – gerou um movimento comprador na Bolsa. Em junho do ano passado, a Enel adquiriu cerca de 73% das ações da Eletropaulo por cerca de 45 reais cada. À época, agentes do setor avaliaram que o investimento já era superior ao valor de mercado da distribuidora de energia.

“Aos poucos, a Enel está provando que seus planos para a Eletropaulo são, de fato, bons e que podem ser melhores ainda com o fechamento de capital da companhia”, afirmou à EXAME Thais Prandini, diretora executiva da Thymos Consultoria especializada em energia.

Ações do GPA saltam com reestruturação

As ações do Grupo Pão de Açúcar fecharam em alta de mais de 10%, negociadas a 94,14 reais, depois que o grupo Casino anunciou que vai promover uma reestruturação de seus ativos na América Latina. O plano inclui a compra pela companhia brasileira da rede colombiana Éxito e a migração da empresa para o segmento Novo Mercado, da B3. Também prevê que o Casino vai comprar as ações de controle do grupo brasileiro de varejo detidas indiretamente pela Éxito "a preço justo".

Analistas entenderam que o anúncio retira incerteza relevante que vinha pesando sobre os papéis.

Outros destaques do dia

A ação preferencial da PETROBRAS recuou 2,16%, com operadores atribuindo o movimento a vendas por agentes que participaram da oferta secundária dos papéis ordinários da companhia detidos pela Caixa Econômica Federal realizada mais cedo na semana. "A operação inclui bastante pessoa física que entrou vendendo já no leilão de abertura de hoje", disse um deles à Reuters. O Ministério de Minas e Energia também definiu que eventuais disputas entre petroleiras vencedoras do leilão de excedentes da cessão onerosa e a Petrobras sobre valores a serem pagos à estatal como compensação por investimentos já realizados serão submetidas a arbitragem.

O dia foi negativo para os bancos. ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO caíram 0,68% e 0,47%, respectivamente, longe das mínimas do dia. Decisão na véspera do Banco Central de reduzir a alíquota do recolhimento compulsório sobre depósitos a prazo de 33% para 31% foi considerada neutra para o balanço dos bancos. Conforme lembrou a equipe do Itaú BBA, os depósitos compulsórios dos depósitos a prazo já rendem taxa Selic - diferentemente dos recolhimentos compulsórios sobre depósitos à vista que possuem rendimento zero.

Virada do dólar

Já o dólar fechou em queda nesta quinta-feira, com o real entre as moedas de melhor desempenho global nesta sessão, conforme o mercado reduziu o prêmio de risco político relacionado à reforma da Previdência. O dólar à vista caiu 0,36%, a 3,833 reais na venda. Mais cedo, a cotação havia subido 0,71% na máxima, acima de 3,87 reais.

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