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Ação da Eletrobras fecha em queda após Mattar deixar governo

Mercado repercute negativamente “debandada” no ministério da Economia

Eletrobras: ações vinham de alta no ano, antes de saída de Mattar (Dado Galdieri/Bloomberg)
GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 12 de agosto de 2020 às 12h35.

Última atualização em 12 de agosto de 2020 às 17h54.

As ações da Eletrobras chegaram a cair 5% na mínima desta quarta-feira ,12, e fecharam em queda de 3,35% (ELET6) e 2,13% (ELET3), após o Salim Mattar pedir demissão da secretaria especial de Desestatização e Privatizações do Ministério da Economia.

A saída de Mattar do governo foi acompanhada da de Paulo Uebel, que deixou a secretaria especial do Desburocratização, Gestão e Governo Digital. No mercado, a reação foi negativa, com muitos investidores se perguntando se o próprio ministro da Economia Paulo Guedes se manteria no cargo.

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Na véspera, Guedes afirmou que estava ocorrendo uma “debandada” em sua equipe. Isso porque em menos de dois meses já saíram cinco membros. Somam-se a Uebel e Mattar, Caio Megale da direção de programas da secretaria especial da Fazenda e de Rubem Novaes da presidência do Banco do Brasil e de Mansueto Almeida do Tesouro Nacional.

“Obviamente, isso levanta alguns receios em relação à condução de pautas importantes, como por exemplo, o ajuste fiscal pós-pandemia e privatizações”, afirma Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research.

Com o futuro das privatizações incerto, os investidores reduzem suas posições em Eletrobras. A expectativa de sua desestatização tem sido um dos principais gatilhos para a valorização de suas ações, que, entre a posse de Jair Bolsonaro e a saída de Mattar do governo acumularam 73% de alta. No ano, a ativo vinha de alta de 2%, apesar de o Ibovespa, principal índice de ações, ainda não ter se recuperado das quedas de março. Com a queda de hoje, o ativo deve voltar a ter perdas no ano.

Para Eduardo Levy, diretor de investimentos da Kilima Gestão de Recursos, a saída de Mattar e outros membros do governo evidenciam a falta de suporte político da equipe econômica para o avanço de reformas e privatizações. “É algo ruim e afeta negativamente a percepção de valor no mercado e o tempo que vai se levar para retomar a agenda econômica no país”, disse.

Nesta manhã, o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para tentar acalmar os investidores, reforçando seu compromisso com Paulo Guedes, com o teto de gastos e com as privatizações.

Em cenário ainda nebuloso, o mercado aguarda para saber quem será o próximo nome das privatizações do governo. “O que vai importar é daqui para frente. Não que seja bom ou ruim, mas é inegável que [a saída de Mattar] que deve abrir algum espaço para mais diálogo entre o governo federal e o ‘centrão’. Mas sem dúvida nenhuma, é uma perda para o governo”, afirma Bruno Madruga, head de renda variável e sócio da Monte Bravo Investimentos.

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