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Dólar supera R$1,80 após nova medida cambial do governo

A moeda norte-americana subiu 1,12 por cento, a 1,8050 real na venda, maior nível desde 9 de janeiro, quando fechou a 1,8347 real

Dólar superava 1,80 real pela primeira vez em um mês (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de março de 2012 às 17h42.

São Paulo - O dólar fechou no maior nível em cerca de dois meses nesta segunda-feira, voltando ao patamar de 1,80 real após o governo voltar a agir no mercado de câmbio para conter fluxos especulativos e uma consequente valorização excessiva do real.

A moeda norte-americana subiu 1,12 por cento, a 1,8050 real na venda, maior nível desde 9 de janeiro, quando fechou a 1,8347 real. Foi a primeira vez que a cotação fechou acima de 1,80 real desde 11 de janeiro.

No mês, o dólar acumula apreciação de 4,94 por cento, maior valorização mensal entre as 36 divisas mais negociadas nos mercados globais de câmbio, de acordo com dados da Thomson Reuters.

Na máxima do dia, o dólar chegou a subir a 1,8336 real, com valorização de 2,72 por cento, mas diminuiu o movimento ao longo da tarde. Segundo o operador de câmbio de uma corretora paulista, o movimento refletiu a entrada de exportadores, aproveitando a alta na cotação para internalizarem recursos a preços melhores.

O governo publicou decreto que aumentou para cinco anos o prazo de incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6 por cento sobre empréstimos externos. O prazo foi ampliado onze dias depois de o governo aumentar para três anos o período médio de contratação de linha de financiamento.

Em nota, o Ministro da Fazenda afirmou que a medida reforça a decisão do governo federal de reduzir o fluxo de capital especulativo e classificou a medida como "prudencial".

O governo tem endurecido o tom contra a chamada "guerra cambial". Apenas em 1º de março foram duas medidas sobre o mercado de câmbio, cerca de um mês após o BC ter retomado operações de compra de dólares nos mercados à vista e a termo, bem como leilões de swap cambial reverso, que equivalem a uma aquisição de moeda no mercado futuro. A autoridade monetária não atua no mercado diretamente, no entanto, desde o dia 5 de março.

"Claramente o governo tem apertado o cerco, e isso tem criado um clima de insegurança. Ninguém quer arriscar ficar vendido (em dólar) desse jeito", afirmou o consultor financeiro da Previbank Jorge Lima.

O dólar no Brasil descolou do exterior, onde a moeda recuava cerca de 0,3 por cento frente a uma cesta de divisas. O mercado manteve as expectativas na véspera da decisão de política do Federal Reserve, banco central norte-americano. As atenções na terça-feira estarão voltadas para o comunicado, que pode esfriar perspectivas de uma nova rodada de estímulos pelo Fed, o que tende a dar força à moeda norte-americana.

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São Paulo - O dólar fechou no maior nível em cerca de dois meses nesta segunda-feira, voltando ao patamar de 1,80 real após o governo voltar a agir no mercado de câmbio para conter fluxos especulativos e uma consequente valorização excessiva do real.

A moeda norte-americana subiu 1,12 por cento, a 1,8050 real na venda, maior nível desde 9 de janeiro, quando fechou a 1,8347 real. Foi a primeira vez que a cotação fechou acima de 1,80 real desde 11 de janeiro.

No mês, o dólar acumula apreciação de 4,94 por cento, maior valorização mensal entre as 36 divisas mais negociadas nos mercados globais de câmbio, de acordo com dados da Thomson Reuters.

Na máxima do dia, o dólar chegou a subir a 1,8336 real, com valorização de 2,72 por cento, mas diminuiu o movimento ao longo da tarde. Segundo o operador de câmbio de uma corretora paulista, o movimento refletiu a entrada de exportadores, aproveitando a alta na cotação para internalizarem recursos a preços melhores.

O governo publicou decreto que aumentou para cinco anos o prazo de incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6 por cento sobre empréstimos externos. O prazo foi ampliado onze dias depois de o governo aumentar para três anos o período médio de contratação de linha de financiamento.

Em nota, o Ministro da Fazenda afirmou que a medida reforça a decisão do governo federal de reduzir o fluxo de capital especulativo e classificou a medida como "prudencial".

O governo tem endurecido o tom contra a chamada "guerra cambial". Apenas em 1º de março foram duas medidas sobre o mercado de câmbio, cerca de um mês após o BC ter retomado operações de compra de dólares nos mercados à vista e a termo, bem como leilões de swap cambial reverso, que equivalem a uma aquisição de moeda no mercado futuro. A autoridade monetária não atua no mercado diretamente, no entanto, desde o dia 5 de março.

"Claramente o governo tem apertado o cerco, e isso tem criado um clima de insegurança. Ninguém quer arriscar ficar vendido (em dólar) desse jeito", afirmou o consultor financeiro da Previbank Jorge Lima.

O dólar no Brasil descolou do exterior, onde a moeda recuava cerca de 0,3 por cento frente a uma cesta de divisas. O mercado manteve as expectativas na véspera da decisão de política do Federal Reserve, banco central norte-americano. As atenções na terça-feira estarão voltadas para o comunicado, que pode esfriar perspectivas de uma nova rodada de estímulos pelo Fed, o que tende a dar força à moeda norte-americana.

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