Dólar sobe e volta aos R$ 5,40 com temores sobre 2ª onda de covid
Número de casos de coronavírus voltam a bater recordes na Europa e Reino Unido estuda novo lockdown
Guilherme Guilherme
Publicado em 21 de setembro de 2020 às 09h16.
Última atualização em 21 de setembro de 2020 às 17h25.
O dólar fechou em alta de 0,4% nesta segunda-feira, 21, sendo negociado a 5,40 reais na venda. O movimento foi motivado pelo cenário de aversão ao risco no mundo, com os investidores ponderando os impactos de novas medidas de isolamento social na Europa, que vive o aumento dos casos de coronavírus.
Pela manhã, a valorização dólar chegou a ser ainda mais acentuada, mas perdeu força ao longo do dia. "O mundo deu uma acomodada e aqui foi junto. Subiu muito, então os investidores aproveitaram para realizar um pouco de lucro", comenta Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos.
No exterior, o dólar também se valorizou contra outras moedas emergentes, com destaque para o rand sul-africano, que se desvalorizou mais de 2% . O índice Dxy, que mede o desempenho do dólar perante seus pares desenvolvidos, subia 0,7% ao fim do pregão à vista no Brasil.
Entre os países mais atingidos pela segunda onda de contaminação estão Espanha, França e Reino Unido, que voltaram a bater recorde de casos diários. Em meio à nova alta do número de infectados, o governo britânico pondera decretar um segundo lockdown, segundo a Reuters, o que provocar novos danos à já combalida economia local.
No radar dos investidores também estivem notícias sobre transações suspeitas de 2 trilhões de dólares envolvendo os bancos HSBC, JPMorgan, Bank of New York Mellon, Standard Chartered Bank e Deutsche Bank.
As informações foram apuradas pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês), o mesmo que apurou casos de lavagem de dinheiro que ficaram conhecidos como Panamá Papers.
“Isso gera insegurança. São bancões que deveriam tomar todos os cuidados para não permitir a lavagem de dinheiro e se vê que não estavam ligando para isso. Em um primeiro momento, essa desconfiança acaba contaminando outros bancos”, comenta Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti.