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Dólar sobe mais de 1% e encosta em R$2,35, com dados dos EUA

Criação de empregos nos EUA acelerou inesperadamente em outubro, apesar da paralisação temporária do governo


	Nota de 100 dólares: às 12h04, o dólar disparava 1,14 por cento, a 2,3329 reais na venda, após atingir 2,2949 reais na mínima do dia
 (AFP)

Nota de 100 dólares: às 12h04, o dólar disparava 1,14 por cento, a 2,3329 reais na venda, após atingir 2,2949 reais na mínima do dia (AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2013 às 11h46.

São Paulo - Os dados melhores que o esperado no mercado de trabalho dos Estados Unidos favoreciam as apostas de que o banco central norte-americano começará a reduzir seus estímulos em breve, levando o dólar a anular a queda vista em quase toda a manhã e a saltar mais de 1 por cento nesta sexta-feira, caminhando para o patamar de 2,35 reais.

Às 12h04, o dólar disparava 1,14 por cento, a 2,3329 reais na venda, após atingir 2,2949 reais na mínima do dia. Em relação a uma cesta de moedas, a divisa avançava 0,38 por cento. Segundo dados da BM&F, o volume de negociação estava em cerca de 190 milhões de dólares.

"Os índices norte-americanos estão dando o tom do mercado", afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo. "O pessoal estava esperando a divulgação do 'payroll' para tomar suas decisões e, agora que ele saiu melhor que o esperado, voltaram as perspectivas de que o Fed irá antecipar a redução dos estímulos para dezembro", acrescentou.

A criação de empregos nos EUA acelerou inesperadamente em outubro, apesar da paralisação temporária do governo. Os empregadores abriram 204 mil novas vagas no mês passado, bem acima de expectativa de pesquisa da Reuters de criação de 125 mil postos de trabalho.

Os dados do mercado de trabalho são uma das principais variáveis econômicas que o Fed analisa para direcionar seus próximos passos de política monetária. Hoje, ele injeta 85 bilhões de dólares por mês para estimular na economia norte-americana, e parte destes recursos costuma migrar para países emergentes, em busca de rendimentos maiores.

Com os sinais de recuperação da maior economia do mundo, crescem as apostas de que o banco central do país vai começar a retirar seus estímulos em breve, o que diminuirá a liquidez nos mercados.


Apesar de o dólar estar subindo muito forte, especialistas ainda não acreditam que o Banco Central brasileiro possa ampliar a sua atuação no mercado de câmbio para evitar pressão inflacionária.

"Se o BC entrasse de novo no mercado seria bom, mas acho difícil ele fazer isso, até porque ele já oferta os leilões diários", afirmou o operador de câmbio da B&T Corretora Marcos Trabbold. "O dólar muito alto é inflacionário, o que prejudica o Brasil, por isso acho que o BC deveria entrar" Nesta manhã, o BC realizou mais um leilão de linha previsto em seu cronograma de atuações diárias, com a venda de até 1 bilhão de dólares com taxa de recompra de R$2,347416 em 4 de fevereiro de 2014.

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