Mercados

Dólar sobe 0,4% com cautela e expectativa de rolagem de swap

Em relação a uma cesta de moedas, o dólar ganhava 0,23%

Notas de dólar (Getty Images)

Notas de dólar (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2012 às 12h17.

São Paulo - O dólar registrava alta frente ao real nesta segunda-feira, numa semana que deverá ser marcada por cautela antes da divulgação dos resultados das reuniões do Federal Reserve, banco central norte-americano, e também do Banco Central Europeu (BCE).

O mercado de câmbio brasileiro também está sendo influenciado ainda pela expectativa da rolagem dos contratos de swap tradicional --que equivalem a uma venda de dólares no mercado futuro-- que vencem na quarta-feira.

Analistas já acreditam que o Banco Central não fará a operação, uma vez que a crescente possibilidade de anúncio de estímulo monetário no exterior podem fazer o dólar cair abaixo de 2 reais.

Às 11h57, a moeda norte-americana subia 0,43 por cento, para 2,0319 reais na venda. Em relação a uma cesta de moedas, o dólar ganhava 0,23 por cento.

"O investidor continua pisando em ovos com relação à situação da Europa. O pessoal está esperando a reunião do BCE sobre os ajustes necessários para solucionar a crise europeia", afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo. "Nesse sentido, os investidores abrem mão de risco para se resguardar no dólar, que tem um princípio de segurança", emendou.

O presidente do BCE, Mario Draghi, alimentou as expectativas de que a autoridade monetária anunciará medidas de estímulo nesta semana depois de afirmar na semana passada que fará tudo o que for possível para proteger o euro.

De acordo com o estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno, os investidores devem operar com cautela até a divulgação dos resultados das reuniões do Fed, na quarta-feira, e do BCE, na quinta-feira.

"Os mercados vão responder com euforia se os banco centrais darem esses estímulo, e o pessimismo pode voltar com força se nada for feito", afirmou Rostagno.

Analistas especulam que o BCE poderá retomar o programa de compra de títulos soberanos para ajudar a diminuir os altos custos de empréstimo da Espanha e Itália, cujos níveis atuais levaram outros Estados-membros da zona do euro a buscar assistência financeira internacional.

Nos Estados Unidos, o Fed poderá anunciar uma nova rodada de compra de ativos, operação chamada de "quantitative easing", que consiste numa impressão de dinheiro novo. Tal injeção de liquidez nos mercados financeiros pode atrair fluxos para mercados emergentes como o Brasil, o que pressionaria o dólar para baixo.


Diante dessas expectativas, ambos os profissionais acreditam que o BC não deverá substituir os contratos de swap que vencem na quarta-feira, no total 4,57 bilhões de dólares.

"É bem possível que o BC não promova essa rolagem, mesmo porque estamos mais próximos dos 2 reais do que dos 2,10 (reais). Se ele promover essa rolagem e os bancos centrais lá fora derem estímulos, o dólar pode romper os 2 reais e o governo já mostrou que não quer isso", afirmou Rostagno.

O estrategista-chefe lembrou que quando o dólar foi negociado abaixo de 2 reais no final de junho, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes declarou que tal nível poderia ser prejudicial à indústria e que o BC poderia atuar comprando dólares se fosse necessário.

Até então, a autoridade monetária vinha fazendo o contrário, atuando com força por meio de leilões de swap cambial tradicional, principalmente quando a moeda norte-americana ameaçou ultrapassar 2,10 reais.

Mais de Mercados

VW pode fechar fábrica na Alemanha — e o que isso diz sobre a ascensão das chinesas na bolsa

Após seis meses, BTG volta com Banco do Brasil (BBAS3) na carteira para setembro

Tesla diz que sistema autônomo de seus carros chegará à China e Europa em 2025

Criação de empregos privados abaixo do esperado nos EUA reforça expectativa de corte de 50 bps

Mais na Exame