Dólar segue exterior e sobe a R$3,67, maior nível intradia em dois anos
Às 10:33, o dólar avançava 1,34 por cento, a 3,6766 reais na venda, maior nível intradia desde maio de 2016
Reuters
Publicado em 15 de maio de 2018 às 10h44.
São Paulo - O dólar dava continuidade nesta terça-feira à trajetória de alta e era negociado no patamar de 3,67 reais, acompanhando o cenário externo, onde cresciam os temores de que os juros nos Estados Unidos podem subir mais do que o esperado neste ano, o que afetaria o fluxo global de capitais.
Às 10:33, o dólar avançava 1,34 por cento, a 3,6766 reais na venda, maior nível intradia desde maio de 2016. Neste mês até a véspera, já acumulava valorização de 3,56 por cento.
Na máxima dessa sessão, a moeda norte-americana chegou a 3,6772 reais. O dólar futuro tinha valorização de cerca de 1,30 por cento.
"Se o euro seguir caindo e o dólar avançando ante a cesta de moedas, mantendo-se acima de 93, o dólar seguirá pressionado aqui também. É um movimento global", afirmou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior.
Nesta sessão, o dólar avançava para a máxima em cinco dias ante uma cesta de moedas, acima de 93, após dados robustos da economia norte-americana e que reforçam apostas de que o Federal Reserve, banco central do país, pode elevar os juros mais do que o esperado neste ano.
Taxas elevadas têm potencial para atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outras praças financeiras, como a brasileira.
As vendas no varejo dos EUA subiram 0,3 por cento em abril, em linha com as projeções, mas os dados de março foram melhorados, mostrando expansão de 0,8 por cento, sobre 0,6 por cento antes.
O dólar também exibia alta firme ante moedas de países emergentes e exportadores de commodities, em dia de avanço do rendimento do Treasury de 10 anos para acima do patamar de 3 por cento.
Internamente, a cautela dos investidores também vinha diante da cena política, sobretudo após divulgação da pesquisa eleitoral CNT/MDA na véspera e que indicou a preferência por candidatos que os investidores enxergam como menos comprometidos com ajuste fiscal.
O Banco Central já vendeu a oferta total de até 5 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares.
Além disso, ainda fará outro leilão de até 4.225 swaps para rolagem do vencimento de junho, no total de 5,650 bilhões de dólares.