Dólar: o mercado aguardava a divulgação de nova pesquisa Datafolha sobre intenção de votos (Chung Sung-Jun/Getty Images)
Reuters
Publicado em 14 de setembro de 2018 às 17h08.
Última atualização em 14 de setembro de 2018 às 17h09.
São Paulo - O dólar fechou a sexta-feira em queda, com movimento de correção depois de encostar em 4,20 reais e bater nova máxima recorde de fechamento na véspera, mas sem abandonar o noticiário que tem mantido a cautela eleitoral como pano de fundo.
O dólar recuou 0,69 por cento, a 4,1667 reais na venda, encerrando a semana em alta de 1,52 por cento. Na máxima, a moeda norte-americana foi a 4,2116 reais e, na mínima, 4,1587 reais. O dólar futuro tinha baixa de 1 por cento no final da tarde.
"(O cenário para os mercados) emergentes aliviou e, como o real subiu muito ontem, abriu já tentando realizar", afirmou a estrategista de câmbio do banco Ourinvest, Fernanda Consorte.
O mercado aguardava para depois do fechamento a divulgação de nova pesquisa Datafolha sobre intenção de votos. O levantamento encomendado pela XP Investimentos e divulgado nesta manhã mostrou que o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, manteve a liderança, enquanto quatro candidatos estavam em empate técnico na briga pela segunda posição.
Os investidores têm optado por posições defensivas enquanto buscam mais clareza sobre o desfecho eleitoral, ao mesmo tempo em que começam a questionar sobre possíveis intervenções do Banco Central com o dólar rondando o patamar de 4,20 reais, já que a moeda estava nesses níveis quando o BC atuou no final do mês passado.
"O BC também poderia estar esperando para ter um cenário mais claro para intervir no mercado de câmbio", avaliou Fernanda.
Para esta sessão, o BC apenas anunciou e fez leilão para rolagem do vencimento de swaps cambias tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, de outubro, no total de 9,801 bilhões de dólares, dos quais já rolou 4,905 bilhões de dólares.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
O desempenho doméstico, desta forma, acabou sendo contrário ao externo, onde o dólar subia ante a cesta de moedas, ajudado pela notícia da Bloomberg de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, instruiu assessores a prosseguir com tarifas sobre 200 bilhões de dólares a mais em produtos chineses.
O movimento de Trump vai na contramão das tentativas do secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, de retomar as negociações com a China para resolver a guerra comercial.