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Dólar opera estável com pouca liquidez à vista

Falta de tendência dos mercados depois do feriado mantém liquidez escassa no câmbio

O dólar também não sobe, por outro lado, porque continua a expectativa pelo ingresso de capitais no país (Joe Raedle/Getty Images)

O dólar também não sobe, por outro lado, porque continua a expectativa pelo ingresso de capitais no país (Joe Raedle/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2011 às 11h49.

São Paulo - O dólar operava perto da estabilidade na volta do feriado, espelhando a falta de tendência no cenário externo e sentindo os efeitos da liquidez escassa no mercado de câmbio à vista do Brasil.

Às 11h27, a moeda norte-americana tinha variação positiva de 0,06 por cento, a 1,572 real. No mesmo horário, o dólar tinha oscilação positiva de 0,11 por cento em relação a uma cesta com as principais divisas.

O aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre as captações externas até dois anos, anunciado no começo do mês, diminuiu a oferta de dólares no mercado à vista. O fluxo de câmbio, que superou 35 bilhões de dólares no primeiro trimestre, é inferior a 1 bilhão de dólares em abril.

Apesar dos ingressos terem rareado, o Banco Central manteve o apetite por dólares. Até 15 de abril, foram incorporados mais de 4,5 bilhões de dólares às reservas internacionais.

O resultado é que os bancos se aproximam dos limites de suas posições vendidas em dólares sem ter que recolher compulsórios. Este montante já supera 10 bilhões de dólares, de acordo com estimativas de mercado-- e o custo de empréstimos em moeda estrangeira -- o chamado cupom cambial-- dispara a mais de 6 por cento no curto prazo, encarecendo a arbitragem com taxas de juros.

"A restrição para as captações até dois anos deu uma enxugada boa no mercado", disse o operador de um grande banco nacional, que preferiu não ser identificado. Segundo ele, é até possível que o dólar escorregue para as mínimas desde 1999, em torno de 1,55 real, mas a tendência é que o dólar tenha dificuldades para cair em virtude da atuação do governo.

O dólar também não sobe, por outro lado, porque continua a expectativa pelo ingresso de capitais no país. Os exportadores ainda mantêm dezenas de bilhões de dólares no exterior e o investimento estrangeiro direto (IED) deve somar 55 bilhões de dólares neste ano, segundo o Banco Central.

"Para muitos investidores existe pouca razão para parar de trazer dinheiro", disse João Quereno de Santos, operador da J. Alves Corretora de Câmbio.

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