Dólar sobe, mas fecha semana em queda de 4%
Dados econômicos negativos na Europa e nos Estados Unidos dificultam 4ª baixa consecutiva
Guilherme Guilherme
Publicado em 30 de abril de 2020 às 17h13.
Última atualização em 30 de abril de 2020 às 17h23.
Com a perspectiva de afrouxamento das quarentenas e mais expectativa de uma cura para o coronavírus fizeram a semana ser positiva para os ativos considerados de risco, como divisas de países emergentes. No entanto, dados negativos da economia europeia e americana impediram mais um dia de arrefecimento da moeda americana - quebrando a sequência de três baixas consecutivas. Nesta sexta-feira, 30, o dólar comercial subiu 1,5% e encerrou cotado a 5,438 reais. Na semana, a queda frente ao real foi de 4%, embora tenha subido 4,69% no mês. O dólar turismo fechou em alta de 3%, a 5,73 reais.
Os piores números vieram da zona do euro, que registrou contração de 3,8% do produto interno bruto (PIB) do primeiro trimestre ante uma projeção de queda de 3,2%. A queda da atividade na região, que foi uma das mais atingidas pelo coronavírus, foi a maior desde a Segunda Guerra Mundial.
“Já era esperada alguma retração, mas os número foi expressivo. De fato, acaba fazendo preço nos ativos. Não tem muito como escapar”, disse Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.
Os dados semanais sobre pedidos de seguro desemprego nos Estados Unidos também pesaram negativamente. Foram registrados 3,839 milhões de pedidos. Embora os números tinham confirmado a expectativa de desaceleração do desemprego, a quantia ficou acima dos 3,500 milhões esperados.
No exterior, moedas emergentes, como o peso mexicano, a lira turca e o rublo russo registraram perdas ante o dólar.
"O dólar tem apresentado uma volatilidade muito alta. Em um cenário um pouco mais negativo no dia, acaba pesando um pouco mais sobre emergentes", disser Esteter.
Além dos dados negativos, a sequência positiva que o mercado vinha desde o início da semana serviu de gatilho para a realização de lucros de curto prazo. Os investidores também estiveram mais cautelosos, visando os três dias em que o mercado fechando estará fechado devido ao feriado do Dia do Trabalho colado com fim de semana.
No último pregão, a moeda americana havia fechado em queda de 2,9% frente ao real, cotada a 5,355 reais. No ano, a moeda acumula alta de 35,51%.