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Dólar fecha praticamente estável com exterior e cena política local

O dólar recuou 0,06 por cento, a 3,7566 reais na venda, depois de ter batido a máxima de 3,7828 reais no dia e 3,7521 reais na mínima

Dólar: moeda futura avançava cerca de 0,25 por cento no final da tarde (Sertac Kayar/Reuters)

Dólar: moeda futura avançava cerca de 0,25 por cento no final da tarde (Sertac Kayar/Reuters)

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Reuters

Publicado em 2 de agosto de 2018 às 17h02.

Última atualização em 2 de agosto de 2018 às 17h13.

São Paulo - O dólar fechou a quinta-feira praticamente estável ante o real, após ir acima de 3,78 reais durante o pregão de olho no mercado internacional, onde predominaram temores de recrudescimento da guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Mas a pressão acabou perdendo força favorecida por fluxo pontual de recursos e também por alguma resiliência diante do cenário político doméstico.

O dólar recuou 0,06 por cento, a 3,7566 reais na venda, depois de ter batido a máxima de 3,7828 reais no dia e 3,7521 reais na mínima. O dólar futuro avançava cerca de 0,25 por cento no final da tarde.

"Havia expectativa de diálogo mais acelerado (entre EUA e China) e tudo indica que isso não vem acontecendo. Está sendo muito lento e de forma não equilibrada", afirmou o analista da corretora Guide Rafael Passos ao justificar a valorização global do dólar e sua influência sobre o real.

Na véspera, o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou que está propondo aumento tarifário a 25 por cento, ante 10 por cento, sobre 200 bilhões de dólares em bens chineses, enquanto os dois países continuam conversando para determinar se as negociações comerciais podem ser retomadas.

A China pediu que os EUA voltassem à razão e já avisou que "chantagem" não vai funcionar com eles.

O dólar, assim, subia ante uma cesta de moedas, impactado também pela avaliação otimista feita na véspera pelo Federal Reserve, banco central dos EUA, sobre a economia do país, indicando que deverá subir os juros mais duas vezes neste ano.

O dólar também avançava ante moedas de países emergentes, como o peso chileno e o rand sul-africano.

Internamente, no entanto, a valorização do dólar ante o real perdeu força no final da manhã, com fluxo pontual de recursos, que acabou deixando a moeda com pequenas oscilações até o final do pregão.

"A cena política já vinha dando alguma resiliência ao mercado cambial", destacou o gerente de câmbio da corretora Fair, Mário Battistel.

O cenário político doméstico seguiu sendo monitorado de perto pelos investidores, com a proximidade do fim do prazo para as convenções partidárias que definirão os candidatos para a corrida presidencial.

"Agradou o fato de o PSB não apoiar Ciro (Gomes, candidato do PDT à Presidência)... Suas propostas são totalmente contra o que o mercado defende", reforçou Passos.

Na véspera, o PSB acertou com o PT de se manter neutro no primeiro turno das eleições à Presidência, o que evita uma aliança com Ciro. A decisão dos socialistas mantém a divisão da esquerda, que deve chegar ao primeiro turno com dois candidatos com alguma força, o próprio Ciro e eventual substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no caso da impugnação da sua candidatura pelo PT.

Além disso, o pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, conquistou apoio dos partidos do blocão e terá o maior tempo na propaganda eleitoral na TV e rádio, situação que pode fazê-lo ganhar mais fôlego, já que tem aparecido com fraca intenção de votos em pesquisas. O tucano é o candidato que o mercado prefere porque o considera com perfil mais reformista.

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 480 milhões de dólares do total que vence em setembro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá rolado o total que vence de 5,255 bilhões de dólares.

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