Dólar comercial fecha em alta de 0,42% a R$ 1,668
São Paulo - O dólar comercial encerrou em alta de 0,42% a R$ 1,668 no mercado interbancário de câmbio, o maior valor desde 23 de fevereiro (de R$ 1,673). Na sessão, a moeda ampliou a volatilidade, o que favoreceu um aumento dos negócios. O dólar negociado à vista na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) […]
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2011 às 17h55.
São Paulo - O dólar comercial encerrou em alta de 0,42% a R$ 1,668 no mercado interbancário de câmbio, o maior valor desde 23 de fevereiro (de R$ 1,673). Na sessão, a moeda ampliou a volatilidade, o que favoreceu um aumento dos negócios. O dólar negociado à vista na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) encerrou na cotação mínima, de R$ 1,6664 (+0,27%). O euro comercial avançou 0,39%, para R$ 2,334.
O dólar reduziu gradativamente ao longo do dia a forte alta exibida mais cedo ante o real, influenciado pelo fluxo comercial positivo e a recuperação das perdas intraday pelo euro em relação ao dólar durante a tarde. Essa inversão de sinal a favor do euro ocorreu após o Federal Reserve (Fed, banco central americano) anunciar que vai manter as taxas de juros baixas nos EUA e prosseguir com o programa de compra de US$ 600 bilhões em Treasuries (títulos do Tesouro americano) até junho. As autoridades do Fed disseram que o aumento nos preços internacionais das commodities - em particular no valor do petróleo - estão contribuindo para aumentar a pressão inflacionária, mas que esses efeitos devem ser transitórios. O comunicado do Fed não mencionou diretamente o terremoto e o tsunami que atingiram o Japão como riscos ao crescimento dos EUA.
Mais cedo os investidores buscaram proteção em moedas como o dólar, o iene e o franco suíço, em meio ao nervosismo provocado pelo agravamento do acidente nuclear no Japão. Contudo, houve reavaliações de expectativas sobre as taxas de juros em mercados da Ásia e Europa e os investidores acabaram retornando para o euro, disse um operador de uma corretora. Após a tripla tragédia no Japão (terremoto seguido de tsunamis e acidente nuclear), tende a se fortalecer nos mercados o sentimento favorável a um juro mais alto por causa das pressões inflacionárias decorrentes da alta dos preços de alimentos e energia, ainda que uma desaceleração econômica não seja descartada por causa do elevado custo de recuperação do Japão, avaliou a mesma fonte. "A possibilidade de o BCE elevar o juro em abril parece maior agora, enquanto nos EUA não se cogita mudança na política monetária", afirmou a mesma fonte, para justificar o vaivém dos investidores.
No mercado doméstico, a expectativa por novas medidas cambiais ficou em segundo plano hoje, porque com o aumento da volatilidade do dólar o BC tende a esperar um pouco para avaliar o comportamento da moeda, disse um operador de Tesouraria de um banco local. Para ele, no entanto, essa possibilidade não está totalmente descartada, caso o dólar volte a recuar. Nesta terça-feira, o Banco Central voltou a fazer somente dois leilões de compra à vista, cujas taxas de corte foram de R$ 1,6700 e R$ 1,6670.
Câmbio turismo
Nas operações de câmbio turismo, o dólar subiu 0,57%, para R$ 1,75 na venda e R$ 1,637 na compra. O euro turismo teve ganho de 1,41% hoje para R$ 2,437 (venda) e R$ 2,293 (compra).