São Paulo - O dólar comercial abriu o dia em alta de 0,38%, negociado a R$ 1,581 no mercado interbancário de câmbio. No pregão de sexta-feira (dia 3), a moeda americana recuou 0,13% e foi cotada a R$ 1,575 no fechamento. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar à vista ainda não havia sido negociado até as 10h04.

O dólar apresentava alta generalizada nesta manhã, um movimento acompanhado pelo mercado doméstico de câmbio. A trajetória de alta do dólar é atribuída a um ajuste do mercado, já que o cenário de aversão ao risco provocado pela percepção de desaquecimento econômico global e pelo temor das dívidas soberanas europeias continua regendo os negócios. Esse quadro tem prejudicado a moeda norte-americana, visto que o consenso é de que a retomada do aperto monetário nos Estados Unidos será adiada.

Isso se não houver um terceiro programa de estímulo quantitativo nos EUA, que acentuaria ainda mais a pressão de queda do dólar. A possibilidade deve ser medida no decorrer das próximas semanas, com base nos indicadores econômicos, segundo economistas brasileiros. "Vamos ver a sequência dos números, e se persistirem os dados decepcionantes, podemos ter a discussão sobre um novo programa quantitativo ou sobre novos estímulos à economia", disse em recente entrevista à Agência Estado o estrategista da CM Capital, Luciano Rostagno.

"Não há nada de novo e a alta do dólar é um ajuste. A pressão de queda sobre o moeda norte-americana deve continuar forte diante do quadro internacional e do contrate que ele tem com a economia doméstica, que continua com desempenho acima da média", acrescentou esta manhã um operador. Segundo ele, só uma notícia nova e capaz de alterar as análises atuais sobre a economia global poderia se sobrepor a esse ambiente. Assim, a alta do dólar não é um aposta firme para todo o pregão, até porque, mais cedo, a moeda norte-americana operou em queda no mercado internacional.

O mercado vai ficar de olho também no fluxo cambial. Embora não haja novidades no campo das captações externas nos últimos dias, a percepção ainda é de que o País continuará atraindo capitais.