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Dólar comercial abre em alta de 0,36%, a R$ 1,69

Por Cristina Canas São Paulo - O dólar comercial abriu o dia em alta de 0,36%, negociado a R$ 1,69 no mercado interbancário de câmbio. No pregão de sexta-feira, a moeda americana recuou 0,18% e foi cotada a R$ 1,684 no fechamento. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar com liquidação à vista […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2011 às 09h29.

Por Cristina Canas

São Paulo - O dólar comercial abriu o dia em alta de 0,36%, negociado a R$ 1,69 no mercado interbancário de câmbio. No pregão de sexta-feira, a moeda americana recuou 0,18% e foi cotada a R$ 1,684 no fechamento. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar com liquidação à vista abriu hoje em alta de 0,38%, a R$ 1,693.

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O mercado doméstico de câmbio começa a semana com mais uma novidade: a publicação de uma resolução que define o Banco Central (BC) como agente do Tesouro nas atuações do Fundo Soberano do Brasil (FSB), que podem incluir derivativos. Com isso, segundo especialistas, abre-se a possibilidade para a realização de operações com swaps cambiais (operações de trocas), que vinham sendo impedidas por incertezas jurídicas. A avaliação dos operadores e economistas ouvidos pela Agência Estado é de que a equipe econômica continua agindo para manter o risco de intervenções cambiais permeando os negócios do câmbio, numa tentativa de impedir valorizações ainda mais acentuadas do real.

No passado, quando a autoridade monetária realizou leilões de swap e swap cambial reverso surgiram questionamentos sobre a legalidade de o BC registrar essas operações. Isso teria levado o BC a optar por zerar esses contratos e estaria impedindo-o de atuar novamente nos derivativos. Ao atuar pelo FSB, segundo avaliações iniciais das equipes jurídica e econômica de uma instituição ouvida, o registro seria feito em nome do Tesouro. Isso abriria uma frente a mais de intervenções do governo no câmbio.

O swap cambial reverso é um contrato feito entre o BC e instituições financeiras no mercado futuro. O swap vem do inglês "troca". Nesse caso, é feita uma troca de rentabilidades: dólar por juro. No período de vigência do contrato, o BC ganha a variação do dólar, a ser paga pelos bancos. As instituições financeiras, por sua vez, ficam com a remuneração da taxa Selic, que será bancada pelo governo.

Como o BC fica com a variação do dólar, seja ela positiva ou negativa, a colocação desses contratos equivale à compra da moeda pelo BC. Por essa característica, swaps reversos podem elevar as cotações do dólar. O termo "reverso" é usado porque, originalmente, quando começaram a ser utilizados, os contratos de swap funcionavam de forma inversa: o BC pagava a variação do dólar e recebia o juro. Esse instrumento foi utilizado em momentos em que, ao contrário do que ocorre hoje, faltam dólares no mercado, como na crise de 2008 e 2009.

"A novidade de medida de hoje é o FSB poder operar derivativos. O mercado inteiro acreditava que a atuação do fundo ficaria restrita ao mercado à vista", disse um operador, acrescentando que, se os primeiros entendimentos estiverem corretos, a decisão oficializada hoje deve exercer pressão de alta sobre o dólar.

O economista-chefe do banco WestLB, Roberto Padovani, concorda e acrescenta que é mais uma das ações da equipe econômica no sentido de manter o "medo de novas medidas cambiais". Para quem acompanha o noticiário internacional, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, soltou um aviso sobre a medida de hoje. Em entrevista exclusiva ao Financial Time, ele disse ontem que, depois das medidas cambiais do ano passado terem mirado o mercado à vista, agora seria a vez dos mercados futuros. Mantega disse ainda que o Brasil defenderá que a Organização Mundial do Comércio (OMC) defina a manipulação de câmbio como uma forma de subsídio velado à exportação.

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