São Paulo - O dólar comercial abriu o dia em alta de 0,18%, negociado a R$ 1,634 no mercado interbancário de câmbio. No pregão de ontem, a moeda americana recuou 0,37% e foi cotada a R$ 1,631 no fechamento. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar à vista abriu em alta de 0,13%, a R$ 1,6326.

Na Europa, a economia caminha mesmo sem a presença do diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, que continua preso em Nova York. Ontem foi aprovado o pacote de ajuda a Portugal e hoje seguem as discussões, com foco na Grécia. A percepção é de que o perfil da dívida do país deverá passar por alguma alteração, embora ninguém queira usar a palavra "reestruturação". Isso desagrada os investidores e mantém as bolsas no negativo.

No Brasil, segundo operadores, aos poucos o mercado começa a desenhar um novo ponto de equilíbrio para as cotações da moeda norte-americana, considerando o cenário atual, que seria ao redor de R$ 1,62. Ontem, o cupom cambial (taxa de juros em dólar) encerrou o dia a 1,64%, retomando os níveis habituais e mostrando liquidez mais farta que nos momentos que se seguiram ao início da cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre captações de curto prazo.

Parte do aumento de oferta de dólares é responsabilidade da presença mais forte de exportadores nas mesas de operações, desde que as cotações se firmaram acima de R$ 1,60. Segundo os dados oficiais do fluxo cambial, até o dia 6 o segmento comercial contratado acumulava entrada líquida de US$ 2,8 bilhões por esse segmento em maio, com média diária de cerca de US$ 567 milhões.

As exportações efetivamente embarcadas também estão fortes e sinalizam que os contratos devem continuar. Ontem, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou que a balança comercial na segunda semana de maio teve saldo positivo de US$ 1,491 bilhão, com média diária de R$ 298,2 milhões. O resultado da semana passada foi o maior do ano até o momento.