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Dólar cai com exterior e expectativa sobre reforma da Previdência

Em relação ao exterior, o dólar perdeu força em meio a dúvidas em relação à proposta de reforma tributária do presidente americano, Donald Trump

O dólar à vista fechou em baixa de 0,55%, a R$ 3,2580 (Ingram Publishing/Thinkstock)

O dólar à vista fechou em baixa de 0,55%, a R$ 3,2580 (Ingram Publishing/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de novembro de 2017 às 19h51.

Última atualização em 8 de novembro de 2017 às 19h56.

São Paulo - O alívio dos investidores com a volta da articulação política do governo para colocar a reforma da Previdência em votação no Congresso ajudou o dólar a fechar em queda nesta quarta-feira, 8.

O movimento de baixa da moeda também contou com o exterior, onde o dólar perdeu força em meio a dúvidas em relação à proposta de reforma tributária do presidente americano, Donald Trump.

O dólar à vista fechou em baixa de 0,55%, a R$ 3,2580. O volume foi de US$ 1,221 bilhão. Na mínima, chegou a R$ 3,2417 (-1,05%) e, na máxima, alcançou R$ 3,2683 (-0,24%).

No campo doméstico, depois que o presidente Michel Temer admitiu, na segunda-feira, a chance de derrota na reforma da Previdência, o governo decidiu intensificar as negociações para que a proposta avance no Congresso. Segundo Ignacio Crespo, economista da Guide Investimentos, isso deu espaço para a recuperação do real ante o dólar nesta sessão, após a reação negativa do mercado às declarações de Temer na sessão de terça-feira.

"Houve alívio no mercado com a possibilidade de a reforma da Previdência ser aprovada, mesmo que seja 'super enxuta' e que o assunto tenha que ser retomado pelo próximo presidente da República", avaliou Crespo.

"A contribuição tanto do cenário interno quanto do externo foi bastante equilibrada nesta sessão", afirmou José Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos. "A possibilidade de o corte de impostos nos Estados Unidos ficar somente para 2019 levou o dólar a recuar frente a várias moedas", disse.

Os senadores republicanos consideram adiar a implementação no corte do imposto corporativo dos atuais 35% para 20%. No projeto da Câmara, a redução do tributo ocorreria em 2018, quando o plano já teria entrado em vigor. No entanto, na proposta do Senado, o corte seria realizado somente a partir de 2019, de acordo com o Washington Post.

Segundo Faria Júnior, a agenda vazia de indicadores foi outro fator que levou à queda da moeda americana.

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