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Dólar cai cerca de 1,5% e vai a R$3,25 com PIB americano

"Sem o BC atuando (com swaps reversos), o dado dos EUA faz mais efeito sobre o mercado brasileiro", disse o operador


	Dólar: a economia dos EUA cresceu apenas 1,2 por cento em termos anualizados no segundo trimestre
 (Getty Images)

Dólar: a economia dos EUA cresceu apenas 1,2 por cento em termos anualizados no segundo trimestre (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2016 às 10h47.

São Paulo - O dólar recuava cerca de 1,5 por cento e era negociado na casa de 3,25 reais nesta sexta-feira, com dados fracos sobre o crescimento econômico dos Estados Unidos alimentando apostas de que os juros demorarão a subir por lá e após o Banco Central brasileiro não intervir no mercado para sustentar as cotações.

Às 10:25, o dólar recuava 1,35 por cento, a 3,2520 reais na venda. A moeda norte-americana chegou a 3,2419 reais na mínima da sessão, movimento amplificado pela briga pela formação da Ptax de julho.

O dólar futuro caía cerca de 1,22 por cento nesta manhã.

"Sem o BC atuando (com swaps reversos), o dado dos EUA faz mais efeito sobre o mercado brasileiro", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

A economia dos EUA cresceu apenas 1,2 por cento em termos anualizados no segundo trimestre, bem aquém das expectativas de 2,6 por cento em pesquisa da Reuters.

Os números tiraram força das expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, possa elevar os juros ainda neste ano.

Os juros futuros nos EUA apontavam chance de 12 por cento de o Fed aumentar a taxa em setembro, sobre 18 por cento antes da divulgação dos dados.

A perspectiva de aumento de juros nos EUA vinha pesando sobre ativos de mercados emergentes, que se beneficiam dos rendimentos locais elevados.

Nesse sentido, o dólar recuava em relação às principais moedas emergentes nesta sessão, com operadores deixando de lado a decepção com o aumento apenas modesto dos estímulos monetários japoneses anunciado nesta manhã.

A queda da moeda norte-americana, porém, era mais intensa nos mercados brasileiros do que em seus pares, turbinada pela ausência do BC.

A autoridade monetária vinha atuando por meio de swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares, em todos os pregões deste mês exceto um. E agora, neste pregão.

No entanto, operadores não viram na inação do BC uma mudança de rumo na política de intervenções, avaliando que preferiu não atuar em um dia de volatilidade acentuada pela briga pela Ptax de julho.

Operadores costumam brigar nas últimas sessões do mês para influenciar a formação da taxa, que serve de referência para contratos cambiais.

Mesmo antes de Ilan Goldfajn assumir como presidente do BC, eram raros os leilões de swap cambial nos últimos pregões do mês.

"Pegou um pouco de surpresa o mercado porque é um BC novo, não sabia se ele ia manter o padrão (e não fazer leilão de swap no último dia do mês)", disse o operador de um banco nacional que negocia diretamente com o BC.

"Espero que ele retome os swaps (na segunda-feira)".

Ilan tem mantido a política de reduzir o estoque de swaps tradicionais, que equivalem a venda futura de dólares.

Atualmente, o estoque total na carteira do BC corresponde a em torno de 53 bilhões de dólares, cerca de metade dos mais de 100 bilhões de dólares apurados durante a maior parte do ano passado.

Só em julho, a redução foi de em torno de 10 bilhões de dólares Nesta manhã, o BC ofertará até 3,9 bilhões de dólares com compromisso de recompra para rolar contratos já existentes, operação que também era realizada frequentemente no último pregão de cada mês pelo BC de Alxandre Tombini.

Texto atualizado às 10h47

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