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Dólar cai ante o real com noticiário político e formação de Ptax

No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas, tendo atingido uma máxima de 16 meses em meio ao crescimento da economia americana

Dólar: moeda americana recuou 0,40%, a R$ 3,69 reais na venda (Divulgação/Thinkstock)

Janaína Ribeiro

Publicado em 30 de outubro de 2018 às 17h17.

São Paulo - Depois de muito vaivém, o dólar terminou a terça-feira em baixa ante o real, sob influência do noticiário político positivo, embora a formação da taxa Ptax de final de mês, no dia seguinte, e alguma cautela com o mercado externo tenham interferido no movimento durante a sessão. O dólar recuou 0,40 por cento, a 3,6906 reais na venda, depois de marcar a mínima de 3,6782 reais e a máxima de 3,7366 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,40 por cento.

"Trouxe tranquilidade a fala sobre Previdência, BC, permanência do Ilan. Mas amanhã tem a formação da taxa Ptax (de fim de mês), na sexta-feira, payroll (relatório do mercado de trabalho dos Estados Unidos), com o Brasil fechado", destacou o superintendente da Corretora Correparti, Ricardo Gomes da Silva, mencionando o feriado de Finados na sexta-feira.

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A Ptax é uma taxa usada na liquidação de diversos derivativos cambiais.

Logo cedo, os investidores já digeriam a informação de que Bolsonaro vai conversar com o governo do presidente Michel Temer na próxima semana para discutir projetos que possam ser aprovados ainda este ano no Congresso Nacional, incluindo a reforma da Previdência.

Em entrevista na véspera, Bolsonaro afirmou ainda que irá tentar impedir que o Congresso aprove neste ano medidas chamadas pautas-bomba -projetos que elevam despesas ou renúncias fiscais-, para que não afetem ainda mais as contas públicas.

Já o futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes, negou nesta terça-feira que o governo planeje vender as reservas internacionais, a não ser no caso de um "ataque especulativo" que fizesse o dólar atingir o patamar de 5 reais.

Também defendeu a permanência de Ilan Goldfajn como presidente do Banco Central, embora isso ainda não esteja definido, e que o BC deve ser independente e ter mandato não coincidente com o do presidente da República.

Na reta final da sessão, a informação de que o novo governo vai reduzir o número de ministérios para 15 ou 16 e unir a Fazenda com o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e com o Planejamento, ajudou a garantir o fechamento em queda para o dólar.

"O comprometimento com a agenda econômica e priorização da mesma é um forte sinal na direção do mercado, mesmo que a execução disso ainda seja complexa em 2018", destacou a corretora XP em relatório.

O mercado também esteve de olho na possibilidade de o Senado votar o projeto de lei da cessão onerosa, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo desta terça-feira.

A expectativa sobre a rolagem do vencimento de dezembro de swaps cambiais tradicionais --equivalente à venda futura de dólares-- trouxe alguma cautela aos investidores mais cedo.

"O volume é expressivo. O BC tem anunciado sua intenção de rolar geralmente no final do mês. Como o dólar caiu bastante esse mês, há a dúvida sobre se haverá ou não rolagem integral", disse o gestor de derivativos de uma corretora estrangeira.

No mês até a véspera, o dólar acumulava queda de 8,22 por cento ante o real.

Em dezembro, vencem 12,217 bilhões de dólares em swaps cambiais. Além disso, no dia 5 de novembro vencem 900 milhões de dólares em linha, que o mercado acredita que o BC pode deixar vencer.

Nesta terça-feira, o BC vendeu 6.530 contratos de swap cambial tradicional, concluindo a rolagem dos 8,027 bilhões de dólares que vencem em novembro.

No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas, tendo atingido uma máxima de 16 meses em meio a sinais de que a economia dos Estados Unidos está crescendo mais que a de seus pares. Ante as emergentes, no entanto, o dólar operava majoritariamente em queda.

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