Cenário segue negativo para a bolsa, diz gestor do Itaú
Expectativa de desempenho ruim da economia faz com que cenário continue negativo para a bolsa, e isso pode se estender para 2015
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2014 às 09h19.
São Paulo - Apesar das altas recentes, o cenário é bastante negativo para a bolsa brasileira por conta da expectativa de desempenho ruim da economia , que pode se estender também para o ano que vem, afirma Luiz Félix Cavallari Filho, responsável pela gestão de renda variável da Itaú Asset Management. “Eu particularmente estou bastante pessimista”, afirma.
Para ele, o impacto de um racionamento de energia no país não está totalmente incluído nos preços das ações e há um risco muito grande de isso acontecer, neste ano ou no próximo. “E o impacto do racionamento no PIB é brutal”, alerta.
Cavallari lembra que, no racionamento de 2002, houve uma redução de 2,5% a 3% no crescimento do PIB. “E há ainda a Copa do Mundo, e depois as eleições, que terão impacto na indústria e no comércio neste ano”, afirma.
O gestor acredita que um fator que pode mudar esse cenário, além de chuvas torrenciais, é a eleição presidencial. Se houver um crescimento da oposição nas pesquisas eleitorais, o mercado pode antecipar uma expectativa de mudança na gestão das estatais. “Foi o que aconteceu há duas semanas, quando o boato de que a pesquisa do Ibope traria crescimento de Aécio Neves fez a bolsa disparar, e nesta semana, com a queda na popularidade do governo”, explica.
Para Cavallari, o mercado se anima porque há a expectativa entre os investidores de que a vitória de um candidato de oposição poderia melhorar a governança corporativa das empresas estatais. Petrobras e Eletrobras, por exemplo, tiveram sua rentabilidade reduzida por decisões do governo para controlar os preços dos combustíveis e da energia e reduzir a inflação. “Por isso, as ações das estatais são as mais sensíveis às pesquisas”, afirma.
Gustavo Murgel, diretor-geral da Itaú Asset, vê espaço para uma recuperação da bolsa caso o novo governo, seja ele quem for, sinalize com medidas de ajuste dos desequilíbrios da economia, como cortes de gastos, ajuste das tarifas e combate rigoroso da inflação.
“Essas medidas são duras, têm impacto negativo nas empresas no curto prazo, mas seriam muito bem recebidas pelo mercado, que subiria, antecipando um equilíbrio maior da economia e um crescimento mais significativo do país no futuro”, afirma.
Por enquanto, porém, o cenário ainda é de muita incerteza. “É a incerteza que afeta mais o investimento, pois o investidor não sabe como vai ficar a situação da Petrobras, se vai ter correção de preço dos combustíveis, como vai ficar a inflação, os gastos públicos e outras variáveis”, explica. E, na dúvida, o investimento é adiado.
São Paulo - Apesar das altas recentes, o cenário é bastante negativo para a bolsa brasileira por conta da expectativa de desempenho ruim da economia , que pode se estender também para o ano que vem, afirma Luiz Félix Cavallari Filho, responsável pela gestão de renda variável da Itaú Asset Management. “Eu particularmente estou bastante pessimista”, afirma.
Para ele, o impacto de um racionamento de energia no país não está totalmente incluído nos preços das ações e há um risco muito grande de isso acontecer, neste ano ou no próximo. “E o impacto do racionamento no PIB é brutal”, alerta.
Cavallari lembra que, no racionamento de 2002, houve uma redução de 2,5% a 3% no crescimento do PIB. “E há ainda a Copa do Mundo, e depois as eleições, que terão impacto na indústria e no comércio neste ano”, afirma.
O gestor acredita que um fator que pode mudar esse cenário, além de chuvas torrenciais, é a eleição presidencial. Se houver um crescimento da oposição nas pesquisas eleitorais, o mercado pode antecipar uma expectativa de mudança na gestão das estatais. “Foi o que aconteceu há duas semanas, quando o boato de que a pesquisa do Ibope traria crescimento de Aécio Neves fez a bolsa disparar, e nesta semana, com a queda na popularidade do governo”, explica.
Para Cavallari, o mercado se anima porque há a expectativa entre os investidores de que a vitória de um candidato de oposição poderia melhorar a governança corporativa das empresas estatais. Petrobras e Eletrobras, por exemplo, tiveram sua rentabilidade reduzida por decisões do governo para controlar os preços dos combustíveis e da energia e reduzir a inflação. “Por isso, as ações das estatais são as mais sensíveis às pesquisas”, afirma.
Gustavo Murgel, diretor-geral da Itaú Asset, vê espaço para uma recuperação da bolsa caso o novo governo, seja ele quem for, sinalize com medidas de ajuste dos desequilíbrios da economia, como cortes de gastos, ajuste das tarifas e combate rigoroso da inflação.
“Essas medidas são duras, têm impacto negativo nas empresas no curto prazo, mas seriam muito bem recebidas pelo mercado, que subiria, antecipando um equilíbrio maior da economia e um crescimento mais significativo do país no futuro”, afirma.
Por enquanto, porém, o cenário ainda é de muita incerteza. “É a incerteza que afeta mais o investimento, pois o investidor não sabe como vai ficar a situação da Petrobras, se vai ter correção de preço dos combustíveis, como vai ficar a inflação, os gastos públicos e outras variáveis”, explica. E, na dúvida, o investimento é adiado.