CÂMBIO-Dólar sobe por maior aversão a risco no exterior
Por José de Castro SÃO PAULO, 26 de novembro (Reuters) - Investidores retomaram a compra de dólares nesta sexta-feira, numa sessão de giro fraco, em meio à maior aversão a risco no exterior ainda por preocupações com a crise de dívida na zona do euro. A moeda norte-americana fechou em alta de 0,35 por cento, […]
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2010 às 16h03.
Por José de Castro
SÃO PAULO, 26 de novembro (Reuters) - Investidores
retomaram a compra de dólares nesta sexta-feira, numa sessão de
giro fraco, em meio à maior aversão a risco no exterior ainda
por preocupações com a crise de dívida na zona do euro.
A moeda norte-americana fechou em alta de 0,35 por
cento, a 1,728 real na venda, após ter alcançando 1,739 real na
máxima do dia.
O Banco Central manteve o script dos últimos dias e
realizou o tradicional leilão de compra de dólares no mercado à
vista, definindo como corte a taxa de 1,7272 real.
"Tem todos esses problemas na Europa envolvendo a Irlanda e
outros países, e isso está deixando o pessoal sem apetite por
risco", disse Homero Guizzo, economista da LCA Consultores.
Enquanto as operações locais encerravam, o dólar avançava
0,6 por cento contra uma cesta de divisas, em mais um dia em
que temores de dívida na zona do euro derrubavam a moeda única
do continente a um novo piso em dois meses.
Embora um plano de socorro à Irlanda deva ser acertado até
início da semana que vem, investidores ainda temem que os 85
bilhões de euros oferecidos ao país não sejam suficientes para
sanear o sistema bancário do país. Além disso, o mercado teve
que Portugal seja o próximo alvo de resgate financeiro.
Numa tentativa de acalmar os ânimos, autoridades europeias
desmentiram notícias de que Lisboa estaria sob pressão para
aceitar ajuda financeira, após o Financial Times Deutschland
ter reportado que alguns Estados da zona do euro querem que o
governo lusitano peça ajuda para evitar que a Espanha enfrente
problemas semelhantes [ID:nN26108685].
PRÓXIMA SEMANA
O mercado de câmbio deve seguir atento a indicadores
externos na próxima semana, segundo Jason Vieira, analista
internacional da Corretora Cruzeiro do Sul.
"Você também vai contar com fechamento de mês e talvez
tenhamos alguma volatilidade. De maneira geral vai ser uma
semana de cautela", afirmou, lembrando a tradicional disputa
pela Ptax, característica de final de mês.
A Ptax é a taxa média ponderada do dólar, que serve de
referência para a liquidação de contratos futuros e outros
derivativos. A volatilidade costuma aumentar à medida que a
disputa entre comprados (que apostam na alta do dólar) e
vendidos (a favor da queda da cotação) se intensifica.
Da pauta da próxima semana, os investidores esperam o Livro
Bege na quarta-feira, que traz um panorama da economia dos
Estados Unidos, e o dado geral do mercado de trabalho
norte-americano, na sexta.
"Tudo vai depender do humor do mercado. Se os dados vierem
bons, podemos ver o dólar indo para baixo", acrescentou
Vieira.
(Edição de Aluísio Alves)